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Pouco após a divulgação da decisão da Federação Internacional de Ginástica (FIG) em punir Daiane dos Santos em cinco meses por uso de furosemida, o médico Eduardo de Rose alertou para a possibilidade da Agência Mundial Antidoping (Wada) levar o caso à Corte Arbitral do Esporte (CAS). Segundo ele, a pena mínima do estatuto da entidade é de dois anos, e a punição da ginasta poderia causar insatisfação.

"Pela minha experiência, isto não tem um fim imediato de decisão, seja na Confederação Brasileira de Ginástica, seja da Federação Internacional de Ginástica (FIG). A Wada pode levar o caso à CAS e discutir com a FIG a suspensão", disse De Rose, membro da Wada, em entrevista ao SporTV.

Para o médico, Daiane foi favorecida pela decisão da FIG.

"Eu penso que essa noticia é muito boa para a Daiane. Sem dúvida, os advogados dela trabalharam muito bem. Sair do caso com uma suspensão de cinco meses é praticamente nada. Ela não vem treinando, não vai competindo. Então, vai usar o tempo para se preparar".

De Rose também comentou sobre a afirmação do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, que disse que a entidade não vai aceitar atletas punidos por doping nos Jogos de Londres, em 2012. O médico disse não passar de uma ideia do dirigente que não está incluída na legislação.

Entenda o caso

Em meados de dezembro, a ginasta fez questão de ir até Lausanne, na Suíça, para dar suas explicações sobre o caso. O painel formado pelo tunisiano Rached Gharbi, pela portuguesa Margarida Dias Ferreira e pelo suíço Paul Engelmanno considerou seu depoimento transparente e construtivo.

O que só fez a aumentar a esperança de Daiane com relação a um possível arquivamento ou à redução da punição. Desde o dia 30 de outubro, quando a FIG revelou o resultado do exame antidoping feito fora de competição, no mês de julho, a ginasta acreditava que pudesse convencer a entidade de que não teve a intenção de fazer uso do diurético para ter ganho de desempenho, já que estava se recuperando de uma cirurgia no joelho e fora da seleção brasileira desde outubro de 2008.

Em entrevista coletiva concedida em novembro, ela confessou ter tomado a furosemida para auxiliar num tratamento estético feito com uma biomédica, que visava reduzir gordura localizada. Daiane também admitiu ter sido desatenta, mas que não esperava estar elegível para os testes já que estava voltando a treinar aos poucos e não podia competir.

Através de seu porta-voz, Philippe Silacci, a FIG explicou que a brasileira fazia parte da lista de atletas sujeitos a controle antidoping e que, por isso, deveria estar disponível e preparada para exames. Antes da declaração da entidade, o Pinheiros, clube que Daiane defende, chegou a alegar que cabia à CBG ter notificado a FIG de que a ginasta estava em recuperação clínica, o que poderia ter evitado a abertura do processo de investigação.

Nos últimos meses, apoiada pela família e companheiros de seleção, Daiane se dedicou ao tratamento de fisioterapia e retomava, aos poucos, o treinamento, disposta a seguir com seu plano de encerrar a carreira somente após a disputa dos Jogos Olímpicos de Londres-2012.

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