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Nelsinho Piquet e Felipe Massa se encontraram na pista de kart | Nelson Almeida/AFP
Nelsinho Piquet e Felipe Massa se encontraram na pista de kart| Foto: Nelson Almeida/AFP

Caso Piquet

"Foi um roubo", diz Massa

A volta gradual de Felipe Massa às pistas teve companhia ilustre ontem, em São Paulo. Em sua terceira sessão de treinos de kart na semana, o piloto da Ferrari dividiu a pista do kartódromo da Granja Vianna, ontem, com Nelsinho Piquet, pivô da armação da Renault para beneficiar Fernando Alonso no GP de Cingapura do ano passado.

O encontro ocorreu justamente no dia em que Massa falou publicamente pela primeira vez sobre o escândalo envolvendo o piloto dispensado pela Renault após o GP da Hungria. Neste mesmo fim de semana, o ferrarista sofreu o grave acidente que o afastou do restante da temporada.

"O que a Renault fez foi um roubo. E eu perdi o campeonato por um ponto. Deveriam anular aquela corrida, porque houve manipulação", reclamou Massa em entrevista à TV Globo.

Usando o futebol como exemplo, o atual vice-campeão mundial considerou a punição imposta pela Comissão Mundial da FIA branda. "Já vi um árbitro ser pago para roubar um jogo, e todos os jogos em que ele influenciou foram cancelados. Com a gente, apenas mandaram o Briatore para casa. Não consigo entender e não acho certo o que aconteceu", comparou.

Ele também criticou Nelsinho, que só delatou o caso à FIA após ser dispensado. "Jovem, errou, assumiu o erro. Acredito que assumir o erro é bom, porque o cara contou a verdade, tudo bem. Não deveria ter esperado tanto tempo para contar a verdade. Contou porque foi mandado embora, isso não é legal", afirmou, prevendo dificuldades para o compatriota conseguir outro contrato na categoria.

"Ele está em uma situação muito difícil na F-1. Pode ter certeza que um cara de uma equipe que falar ‘vamos contratar o Nelsinho?’ soará negativo", disse.

Suzuka - Há várias razões para Fernando Alonso ter escolhido a Ferrari co­­mo a sua próxima equipe. A prin­­cipal foi dita por ele próprio, on­­tem, em Suzuka, onde acontece o GP do Japão. "Depois da Ferrari não existe mais nada na Fórmula 1", afirmou o bicampeão mundial, pela Renault, em 2005 e 2006.

Eufórico com o acerto anunciado no dia anterior, o espanhol de 28 anos avisou que formará com o brasileiro Felipe Massa "a equipe mais forte da Fórmula 1".

Segundo Alonso, a Ferrari será o auge de sua carreira, que contabiliza 137 provas disputadas, com 21 vitórias e 18 poles – nessa trajetória na Fórmula 1, ele passou por Minardi, Renault e McLaren. "Pretendo encerrar minha carreira lá. São três anos de contrato, com outros opcionais. Não me vejo em outra equipe", avisou o espanhol, que já vinha sendo assediado há muito tempo pela escuderia italiana. "Chego preparado como nunca, experiente, maduro, no ponto mais alto de minha carreira."

Piloto talentoso, Alonso também tem fama de ser um difícil companheiro de equipe. Por isso, já surgem dúvidas sobre como será seu relacionamento com Massa. "Estou no automobilismo há 25 anos, e tive muitos companheiros de equipe. Muitos deles estão dentre meus melhores amigos, como Jarno Trulli e Giancarlo Fisichella. Os que me criticam não conhecem minha trajetória", disse o espanhol, que não prevê dificuldades de convivência. "Até mais fácil. Somos latinos, falamos italiano, somos parecidos", avaliou.

Stefano Domenicali, diretor da Ferrari, também apressou-se em rebater qualquer possibilidade de má convivência entre a próxima dupla da escuderia. Garantiu que não haverá preferência para nenhum dos dois.

"As nossas regras todos conhecem. Deixamos isso claro nos dois últimos anos, quando Felipe Massa e Kimi Raikkonen lutaram entre si pelo título", avisou Domenicali, prometendo que a chegada de Alonso, um bicampeão da Fór­­mula 1 (2005 e 2006), não mudará a estrutura interna da Ferrari.

Lewis Hamilton, que teve graves problemas de relacionamento com Alonso na McLaren, em 2007, foi sarcástico. "Eu não entendi direito. Quando ele veio para cá (McLaren), falou que era seu grande sonho. Agora foi para a Ferrari e afirmou a mesma coisa", ironizou.

Preterido para dar lugar a Alonso, Kimi Raikkonen deixou transparecer o abatimento por ter sido dispensado. "Eu tinha um contrato para competir em 2010. Agora não tenho mais. Portanto, as coisas mudaram. Talvez eu corra, talvez não", disse o campeão da Fórmula 1 em 2007, com uma voz ainda mais pausada e baixa que de costume. Seu destino mais provável deve ser correr pela McLaren.

Ao vivo

Treino classificatório, às 2 horas (de amanhã), na RPC TV.

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