Derrota escancara falta de elenco no Coritiba

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"Há coisas que eu não posso ficar falando em público, mas eu sinto. Falo para a diretoria." O que Ivo Wortmann quis dizer com esta declaração não deve ter soado enigmático a ninguém que tenha assistido ao jogo entre Coritiba e J. Malucelli, no Ecoestádio, ontem.

Nem tanto pela derrota por 1 a 0, mas pela incapacidade do Alviverde em sair da marcação adversária. Principalmente pela deficiência técnica de seus dois atacantes em se deslocar para chamar a marcação ou apenas dominar a bola, fazer uma tabela, girar em cima do marcador e chutar para o gol.

Ariel e Hugo foram tão ineficazes que Ivo nem lembrava do único chute da dupla, pelos pés do segundo, que chegou fraco às mãos do goleiro Colombo. "Chutaram?", perguntou o treinador. Foi a senha para se descobrir o motivo de sua principal insatisfação: a falta de elenco do Coritiba.

Ivo Wortmann demorou para conseguir montar uma boa equipe titular. Mas agora enfrenta outro problema: basta apenas um jogador não poder atuar e todo o esquema fica comprometido. Ontem, quem faltou foi Marcos Aurélio, gripado. E o time voltou ao ostracismo.

Após o fracasso, o técnico deixou claro que não vê a hora da chegada de Marcelinho Paraíba. De Ramon melhorar o condicionamento físico. E da contratação de mais alguns atletas.

"Time grande tem de ter reposição", desabafou.

Para piorar a situação na partida de ontem, Ivo não tinha nenhum atacante no banco e justificou o motivo de deixar garotos como Róger, saídos da base, fora da relação. A constatação do técnico também é preocupante.

"Não estou gostando da postura dos jovens. Se joga no Coritiba tem de ralar. E faço jogo-treino, o cara perde a bola lá na frente e simplesmente para. Isso eu não aceito. Não vou trazer jogador que sinto que não tem atitude para jogar no Coritiba", disse.

Nesse caso, nada a ver com o time titular. "Esses jogadores (titulares) nunca faltaram com vontade. Às vezes o problema é com a maneira que o outro time joga e não conseguimos sair. Mas temos de ter soluções para qualquer proposta tática do adversário."

Em uma tarde na qual a equipe saiu vaiada e ouvindo os gritos de "vergonha, vergonha" do torcedor, o diretor de futebol, Homero Halila, tratou de garantir a chegada de Marcelinho para hoje, no mais tardar na terça-feira, e a contratação de outros reforços. "Ficaram evidentes algumas deficiências. Sabemos que não é de hoje e vamos trazer mais jogadores, mas queremos buscar as peças certas", disse.