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Juventude e futebol estão cada vez mais unidos. Segundo o levantamento da Paraná Pesquisas sobre a quantidade de torcedores das equipes da capital, quanto maior é a idade da população, menor é o interesse pela bola. Entre os clubes, o Atlético é o que mais faz a cabeça do público entre 16 e 23 anos, enquanto o Coritiba leva vantagem na faixa acima de 60 anos – porção em que o Paraná tem também seus melhores números.

Atualmente, somente 14,67% dos jovens não vestem as cores de um time da capital. À medida que a faixa vai subindo, essa porcentagem cresce. Assim, os adultos entre 24 e 39 anos sem camisa definida chegam a 26,11%. No intervalo de 40 a 59 anos, são 29,98% os desinteressados por times, culminando nos 35,28% dos curitibanos acima de 60 anos sem bandeira clubística.

Cria-se com isso um círculo vicioso. Os números comprovam que o trabalho de Atlético, Coritiba e Paraná com as crianças, procurando amealhar torcedores cada vez mais cedo, vem funcionando. Ao mesmo tempo, incentivam a continuar garimpando seguidores no jardim de infância.

Ostentando a fase mais vencedora do trio, o Rubro-Negro é o que mostra resultados mais imediatos. Hoje, 35,74% dos jovens são atleticanos. "Não é fruto de uma ação única, mas de todas que temos realizado desde 1996. Com certeza somos o clube que mais cresceu em relação a torcedores", diz o diretor de marketing atleticano, Mauro Hollzman. A estimativa do Furacão é ter aumentado em pelo menos 60% o número de seus fãs. "O Atlético é o novo. Ele passa a imagem de clube vencedor, moderno, atuando desde o design do material esportivo à qualidade das lojas. Isso atrai o jovem".

Rômulo André Bugmann Savignon, 18 anos, é representante desta nova safra vermelha e preta. A origem da paixão é um dos investimentos do clube: as escolinhas de futebol. Explicar a dedicação ao Furacão já fica mais difícil para ele. "Não tem como. Você é atleticano e ponto."

Mesmo em alta com o grupo mais jovem, a maioria dos atleticanos vêm de uma faixa mais alta. Torcedores de 24 a 39 anos representam 39,78% dos rubro-negros, contra apenas 24,02% do público teen. No perfil obtido pela pesquisa, a casta de 40 a 59 anos também é mais encorpada que a da rapaziada – responde por 26,89% do total.

Com 96 anos recém-completados, o Coritiba, que tem o Vovô como símbolo, se destaca pelo equilíbrio em todas as faixas etárias, levando-se em conta a população total da cidade. Tem sempre em torno de 20% em cada uma, com leve vantagem entre os curitibanos acima de 60 anos (21,08%). "Esse equilíbrio ocorre por ser um time de tradição, antigo, que nunca se envolveu em fusão e, com isso, não perdeu torcida", argumenta o secretário do Conselho Executivo do clube, Luiz Henrique Barbosa Jorge.

A divisão equivalente entre novos e antigos torcedores fica mais evidente ainda reduzindo os números para dois grupos: entre 16 e 39 anos e acima de 40 anos. O primeiro obtém 51,01% dos alviverdes; o segundo, 48,99%.

O trabalho no Alviverde é de renovação, nas escolas, mas também de manutenção de seus fãs. "Aqui o torcedor é torcedor e não consumidor. A gente sabe que o poder aquisitivo no país está baixo e tem feito o possível para ter ingressos acessíveis", continua.

Herança das fusões

Caçula da capital – fará 16 anos em dezembro –, o Paraná Clube também tem maior incidência de torcedores entre a população acima de 60 anos: 13,17%. Herança dos clubes que formaram o Tricolor – mais recentemente Pinheiros e Colorado. João Maria Barbosa, 82 anos, acompanhou essa trajetória. Jogou no Água Verde, Ferroviário e é o responsável pela sala de troféus do clube desde 1987. "Com as mudanças de nome e fusões, muitos desistiram. Mas ainda temos uma grande torcida e bastante gente nova está aparecendo", comenta. "Se fizerem o novo estádio na Vila Capanema, vai crescer ainda mais".

Com perfil semelhante ao do rival do Alto da Glória, os experientes têm presença levemente superior no clube. Os paranistas acima de 40 anos são 53,72% da nação tricolor.

Diretor de marketing do Paraná, Luiz Carlos Casagrande, o Casinha, admite que o Tricolor deixou de arrebanhar mais simpatizantes em função das campanhas pífias no início da década. "Eles buscam quem vence. A criança não quer ser alvo de gozação dos amigos", falou. "Conquistamos muita gente na época do penta (93 a 97)", exemplifica. "Se fizerem a mesma pesquisa nas escolas, os números serão bem diferentes".

E MAIS...

AMANHà – Para que times torcem os habitantes de Apucarana, Cambé, Cascavel, Maringá, Londrina, Antonina, Paranaguá e Ponta Grossa.

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