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Doping casos

Exame positivo

Adãozinho (América) Neosaldina (analgésico)

Dodô (Botafogo) Fenprororex (remédio para emagrecer)

Walker (Náutico) Sibutramina (remédio para emagrecer)

Alex Alves (Juventude) Sibutramina (remédio para emagrecer)

Júlio César (Juventude) Sibutramina (remédio para emagrecer)

Adams (Criciúma) Sibutramina (remédio para emagrecer)

Luiz André (Criciúma) Salbutramol (broncodilatador)

Felipe (Santos) Hidroclorotiazida (diurético)

Marcão (Internacional) Finasterida (contra queda de cabelo)

Renato Silva (Botafogo) Maconha

Nílson Sergipano (CRB) Maconha

Vaguinho (Portuguesa) Maconha

Fabrício (Brasil de Pelotas) Cocaína

Da cocaína à aparentemente inofensiva Neosaldina. Do popular atacante botafoguense Dodô ao desconhecido Nílson Sergipano, do CRB. Da vaidade à possível incompetência de laboratórios. Personagens e motivos distintos desviaram o foco dos gramados para os tribunais esportivos em 2007. Após dois anos sem nenhuma pauta sobre doping, 15 casos movimentaram a Justiça Desportiva.

O excesso transformou em atípica a temporada. Mas, para especialistas tanto da área médica como jurídica, não é o resultado de maior rigor no controle antidoping e nem uma fraude em massa para turbinar ilegalmente os jogadores brasileiros. A dopagem nos gramados tem outro perfil. "Não existe doping para melhorar a habilidade", afirma o médico do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e coordenador do controle de dopagem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Bruno Borges da Fonseca.

A característica das drogas usadas pelos jogadores também é distinta das vilãs presentes em escândalos mundiais. Substâncias como hormônios do crescimento, anabolizantes e eritropoietina (EPO) – comuns na natação, ciclismo e atletismo – passam longe das quatro linhas.

"A maioria dos atletas tomou alguma substância proibida por descuido ou com outras finalidades que não a de melhorar o desempenho", detecta Fonseca.

O primeiro exemplo citado pelo especialista vem do Rio Grande do Sul, com a descoberta do uso em atacado de sibutramina pelos atletas do Juventude. Alex Alves e Júlio César tiveram prova e contraprovas positivas para a substância desenvolvida como antidepressivo e usada no auxílio ao emagrecimento. Walker, também do time gaúcho, caiu no exame quando foi transferido para o Náutico.

O suplemento alimentar foi recomendado pelo próprio clube. A nutricionista Fernanda Pezzi, demitida após o incidente, alegou que a substância não era indicada na fórmula e processa a empresa Integralmédica. Mesmo com essa explicação, o trio acabou condenado no STJD.

Outros três casos confirmam as estatísticas da própria Fifa. De acordo com a Comissão Médica da entidade, a maconha e a cocaína são as responsáveis por quase todos os casos positivos de doping no futebol. Em 2006, cerca de 20 mil testes foram feitos, sendo 0,4% positivos para maconha e cocaína e 0,7% por esteróides.

Renato Silva (Botafogo), Vaguinho (Portuguesa) e Nílson Sergipano (CRB, detectado em 2006 mas julgado este ano) apresentaram traços de maconha na urina, enquanto Fabrício (Brasil de Pelotas) teve o exame positivo para benzoilecgonina, um metabólico da cocaína.

"O atleta pode ficar mais ligado ou até mais relaxado e tranqüilo para enfrentar o jogo tenso, com casa cheia. Podem até falar que não é para melhorar o rendimento, mas pode ajudar", comentou o médico da CBF.

A vaidade também derrubou atletas este ano. Marcão, ex-Atlético e hoje no Inter, chegou a ser suspenso preventivamente pelo uso da terapia mais famosa do mundo no tratamento da calvície, a Finasterida.

Graves consequências também atingiram quem quis apenas curar uma simples dor de cabeça. Adãozinho, do América-RN, foi suspenso por 120 dias nesta semana por uso de Neosaldina, sob orientação do médico do clube, também punido. Pelo mesmo motivo, o médico do Paulista de Jundiaí, Carlos Eduardo Damasceno, foi banido. Ele ministrou a neosaldina ao jogador Ricardo Lopes, que ainda aguarda julgamento.

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