Em 90, Scolari deixou o Coxa no ônibus do adversário
O Chelsea é apenas o segundo clube a demitir Luiz Felipe Scolari. O primeiro foi o CSA, em 1982, na sua estreia como treinador. Mas nenhuma outra saída de Felipão do emprego foi tão peculiar como a do Coritiba, em 1990, durante a Série B daquele ano, logo após o Coxa perder para o Juventude por 2 a 0, no Couto Pereira.
Dunga diz não sentir o seu cargo ameaçado
Dunga teve pouca paciência com os questionamentos sobre a sua nova sombra no comando da seleção brasileira. Tentou se esquivar de duas perguntas sobre a saída de Luiz Felipe Scolari do Chelsea e só se soltou ao analisar a história do técnico pentacampeão mundial.
Londres - Abandonado pelos cartolas, sem conseguir formar uma "família" e com resultados modestos, Luiz Felipe Scolari, 60 anos, foi demitido ontem pelo Chelsea, apenas oito meses depois de contratado pelo time inglês.
Com a dispensa, o treinador volta a fazer sombra para Dunga no comando da seleção brasileira. O time nacional faz amistoso hoje, às 17h45 (horário de Brasília), com a Itália, em Londres. Campeão do mundo em 2002, Felipão goza de grande prestígio dentro da cúpula da CBF.
Foi apenas a segunda vez em quase 30 anos de carreira que o pentacampeão mundial foi mandado embora a outra foi no CSA de Alagoas, ainda na década de 80.
A decisão foi anunciada pelo Chelsea por meio do site oficial do clube, em um comunicado de 14 linhas nenhum dirigente do time londrino deu entrevistas para maiores explicações.
O anúncio veio depois de uma reunião com o treinador, que deixa o clube em quarto lugar no Inglês, onde não venceu um clássico sequer, e na fase de oitavas-de-final da Liga dos Campeões da Europa o Chelsea enfrentará a Juventus.
Até hoje, Scolari achava estar seguro no cargo, onde ganhava, pelo câmbio atual, o equivalente a quase R$ 20 milhões por ano. Para isso, se fiava no apoio de Peter Kenyon, diretor-executivo do time inglês.
Mas o treinador mantinha um relacionamento distante com o russo Roman Abramovich, dono do clube os dois tiveram diálogos raros e rápidos.
Os dois tinham motivos de queixas contra o outro. O treinador brasileiro por não ter recebido reforços que pediu especialmente Robinho.
Abramovich, que teve perdas com a crise financeira mundial, estava insatisfeito com a performance da equipe.
Scolari ainda não foi capaz de unir o grupo do Chelsea, como fez, por exemplo, com a seleção de 2002, que ganhou a fama de "família Scolari".
Ídolos do Chelsea, como o atacante Drogba, não gostavam dos métodos do brasileiro.
O treinador reclamava a amigos do comportamento de alguns jogadores, principalmente por eles não falarem com a imprensa, o que segundo ele deixava o caminho aberto para empresários e assessores dos atletas contaminarem o ambiente do clube com informações passadas à imprensa inglesa que não seriam verdadeiras e teriam vários interesses, como forçar a renovação de contratos e outros negócios.
A reportagem apurou ainda que o treinador brasileiro se sentia sabotado por membros ingleses da comissão técnica.
E a torcida do Chelsea também se cansou de Scolari. No último sábado, no empate com o modesto Hull City no campo do Chelsea, o brasileiro foi vaiado e viu faixas pedindo sua demissão do clube.
O técnico ainda ouviu em coro a torcida gritar "você não sabe o que está fazendo", nas substituições que ele realizou durante o confronto.
No comunicado que divulgou sobre a demissão de Scolari, o Chelsea agradeceu a ele pelo tempo em que esteve no clube. Mas lamentou a "deterioração dos resultados e da performance da equipe em um momento-chave" do ano.
O clube diz já estar à procura de um novo treinador: o holandês Guus Hiddink é um dos favoritos para assumir o posto.
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