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Preparação Disputa serve de teste para seletivas

Mesmo quem não garantir o passaporte olímpico no Rio pode usar o Pan como termômetro técnico. Algumas modalidades, como ginástica e basquete, terão suas seletivas para Pequim 2008 pouco depois dos evento.

"Para nós é um teste importantíssimo. Vamos brigar com os Estados Unidos, campeões mundiais e vice-campeões olímpicos", comenta a coordenadora da Confederação Brasileira de Ginástica, Eliane Martins.

Além da delegação de ginástica, não há confirmação do envio das seleções principais para o Brasil. "Ainda não temos as inscrições definitivas. Mas certamente as modalidades que valem vaga olímpica virão com força total", prevê o gerente geral de esportes do COB, José Roberto Miranda Perillier, para quem o Pan supera a Olimpíada em certos aspectos.

Dos 1000 componentes da delegação brasileira no Pan, 700 ficarão no caminho até a China. "No Rio pré-classificamos equipes em todas as modalidades e em algumas nossas condições para a Olimpíada são precárias", diz Perillier.

Ele não fala só de esportes periféricos. "A natação é um exemplo. Em Atenas nós conseguimos resultados expressivos como recordes em classificações, recordes sul-americanos, mas não nenhum pódio". Um contraste ao favoritismos conferido pelas 20 medalhas em Santo Domingo – 3 de ouros, 6 de prata e 11 bronze. (ALM)

Treze modalidades farão conexão direta Rio-Pequim graças ao Pan 2007. O atalho olímpico reforça a influência do torneio na capital carioca em relação à China. Mas o mérito do evento não se limita à vaga e serve como preparação, arrecadação de patrocínio e até para garantir recompensa, ou consolo, à maioria dos esportes que passará longe do pódio no próximo ano.

Representantes de certas modalidades ocupam o topo na pirâmide de importância do Pan. Para atletismo, hóquei sobre grama, judô, natação, nado sincronizado, pentatlo moderno, tênis e tênis de mesa os índices no Rio (não oficialmente estabelecidos ainda) valem vaga para a Olimpíada. Já quem garantir o ouro no hipismo, handebol, pólo, tiro esportivo e triatlo estará diretamente assegurado.

"É mais um motivo para o Pan ser importante para nós. A preparação seria mais tranqüila depois. Daria para escolher as provas do circuito mundial (outra fonte de vagas para 2008) e não ter de competir às vezes sem estar tão bem preparado para conseguir o índice", afirma triatleta curitibano Juraci Moreira, rumo à sua terceira Olimpíada. O que mais pesa na opinião dele, entretanto, é o fato de disputar o principal torneio das Américas no próprio país.

A inédita exposição em casa pode garantir dividendos também jamais vistos. O Pan terá a maior cobertura esportiva do país e os holofotes devem atrair novos investidores interessados em associar suas marcas aos atletas.

"No último Pan foram 123 medalhas em 13 dias, quase 10 por dia. Essa coisa de medalha, medalha, medalha não tem como não despertar o interesse de acompanhar e investir. Pode observar, os temas esportivos estão por toda a parte hoje e só vai aumentar", aponta o chefe de missão e diretor técnico do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Marcus Vinícius Freire, autor do recém-lançado livro Ouro Olímpico – A história do marketing dos aros.

Inferior na importância técnica – mesmo Estados Unidos e Canadá muitas vezes poupam a elite em determinados esportes –, o Pan reserva as únicas chances sucesso para certos esportes.

O atirado paranaense Rodrigo Bastos é um exemplo. Ganhou a prata e os holofotes em Santos Domingo no tiro esportivo e não brilhou mais.

"Em Atenas 2004 foram 202 países e cerca de 30 a 40 países na briga por medalhas. No Brasil serão 42 países e de seis a sete estarão nos primeiros lugares. As chances são bem maiores. Alguns esportes terão visibilidade pela primeira vez no país, como beisebol, hóquei, tiro com arco e outros que nunca apareceriam na Olimpíada", completou Freire.

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