Desvalorização cambial é o trunfo sul-africano contra crise mundial

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A crise econômica mundial parece estar tirando o sono de diversos setores ao redor do planeta, mas não da organização da Copa do Mundo de 2010. A "carta na manga" do comitê sul-africano é a desvalorização do rande, moeda local, em relação ao Euro e ao Dólar. Assim, mesmo com pouco dinheiro, os turistas e torcedores poderão acompanhar as suas seleções durante o Mundial, sem um grande impacto financeiro.

"Nós aceitamos que as pessoas tenham poucos dólares, mas estes dólares comprarão mais randes", disse o chefe executivo do Comitê Organizador da Copa de 2010, Danny Jordaan, em entrevista ao site da Fifa. "Cada dólar valia sete randes sul-africanos, agora está valendo 10, e as previsões são de que ele comprará 20 randes na época da Copa. Então, as pessoas poderão viajar porque as despesas estarão mais baratas", completou.

O dirigente sul-africano é otimista e acredita em uma reação da economia mundial até o segundo semestre de 2010. Danny Jordaan disse ainda que a alta depreciação do rande é a maior desde a Grande Depressão de 1929, e que estas crises sempre causam estragos maiores nos mercados emergentes.

Na opinião do secretário geral da Fifa, Jerome Valcke, a atual cotação do rande sul-africano em relação ao Euro e ao Dólar pode ajudar também a diminuir a procura por entradas para a Copa do Mundo no mercado negro. "Alguns fãs pagariam entre 5 mil e 7 mil euros por um bilhete para a final do Mundial de 2010 no mercado negro. Mas você vem a África do Sul, paga os seus vôos e as suas hospedagens por cinco, seis dias, e paga menos do que isso", explicou.

Tanto Jordann quanto Valcke não esperam que a crise mundial atinja a Copa das Confederações, em 2009, muito menos a Copa do Mundo de 2010. "Nós não antecipamos a chegada de um grande número de fãs no próximo ano. Nós estamos mesmo é focados em trazer os sul-africanos para lotarem os estádios durante a Copa das Confederações", assegurou Jordaan. No torneio-teste para o Mundial, os ingressos custam 70 randes (fase de grupos) e 210 randes para a decisão.