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Vista geral da exposição que reconta a história do Coritiba | Fotos: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
Vista geral da exposição que reconta a história do Coritiba| Foto: Fotos: Rodolfo Bührer/Gazeta do Povo
  • O primeiro troféu conquistado pelo Coxa, em forma de chifre
  • Flâmula de jogo da Taça Brasil de 1960. Uniforme antigo do Alviverde

Inaugurado nesta semana no Couto Pereira, o Espaço 100 Anos remonta à história alviverde com fragmentos guardados há um século. Alguns detalhes podem ficar despercebidos a visitantes mais novos, menos inteirados do passado do clube, ou por não estarem todos legendados ainda. Alguns nem mesmo os responsáveis pela exposição possuem muitos detalhes, como a faixa de Miss Coritiba Foot Ball Club 1958, exposta ao lado de outras tantas conquistas do Coxa. A convite da Gazeta do Povo, integrantes dos Helênicos, idealizadores do local, elegeram algumas relíquias do centenário

Guampa

A primeira taça um clube nunca esquece. Mas no Coritiba a precursora acabou ignorada por 90 anos. O troféu de 1915, presente do Rio Branco, de Paranaguá, no primeiro jogo oficial do Coxa fora da capital (vitória por 3 a 0 em 29/08/1915), só teve o valor reconhecido em 2005. A demora foi causada pela falta de identificação na curiosa estatueta: um chifre de boi, sobre uma base prateada. "Como ela não tem inscrição nenhuma não sabíamos o que representava. Na lista de identificação feita provavelmente pelo (ex-presidente) Couto Pereira, em 1929, aparecia entre vários registros só a inscrição ‘Guampa 1915’. Então, um dia o Levi Mulford (jornalista e integrante dos Helênicos) lembrou que guampa era chifre", contou Alan Roger Galvão da Silva. Mistério desfeito e exposição garantida.

Moedinha

Torneios internacionais ou amistosos contra seleções tornam fáceis o reconhecimentos de várias flâmulas mostradas no Couto Pereira. Uma delas está lá para lembrar o desfecho de um jogo que o clube podia esquecer. O Coritiba, bicampeão paranaense, representava o estado na Taça Brasil de 1960. Na primeira fase, eliminou o Paula Ramos (SC). Depois jogou contra o Grêmio três vezes. Na primeira partida, empate por 1 a 1. Depois, em Porto Alegre, mais um empate, 3 a 3, obrigando a realização de um jogo extra cujo placar foi outro 1 a 1. Na prorrogação persistiu a igualdade levando o jogo à polêmica decisão na moedinha. O então presidente Aryon Cornelsen escolheu "cara" e o resultado foi "coroa". Nem paranaenses nem gaúcho sabem o paradeiro da moeda.

Relíquia

O desgaste de 50 anos é visível nas tramas da camisa mais antiga exposta no Espaço 100 anos. Todas as outras referências a uniformes mais remotos são réplicas. Moderno para a época, o tecido em algodão nunca seria aprovado nos testes de qualidade dos tecnológicos uniformes atuais. O traje usado pelo meia direita Miltinho em 1959 foi doado pela neta do jogador, Juliana Assumpção. Foram 14 anos no Coritiba que o incluíram entre os melhores atletas da história do clube. Ele usou a camisa na campanha do título estadual daquela temporada (59/60), um dos três erguidos pelo meia-armador famoso pela habilidade e pelo desconcertante drible da foca.

Inútil

Essa encalhou. Se a pequena torcida do Bangu e a massa de quase 90 mil torcedores dos times cariocas presentes no Maracanã não teve o que comemorar na final de 85, houve quem acumulou prejuízo. Foram para o lixo as faixas an­­­tecipando o título de campeão do Bangu. Uma delas resistiu para a desforra. "Can­­taram vitória antes da hora", brinca Fernando Cabral, que por anos guardou o objeto.

Ingresso

Com 1$000 (um mil réis ou o preço de uma dúzia de ovos na época) o curitibano poderia acompanhar o primeiro jogo oficial do Coritiba na cidade. Esse era o preço da geral e a arquibancada custava 2$000 no prado do Gua­­birotuba (atual PUC). A programação incluía "corrida de bicicleta e à pé", como conta o anúncio de 12 de junho de 1910 espalhado pela cidade. O Coritiba retribuiu a hospitalidade recebida no primeiro jogo da história (derrota por 1 a 0 em 12/10/1909) e voltou a enfrentar o Ponta Grossa. Desta vez venceu por 5 a 3.

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