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Sem acesso, brasileiros tiveram de torcer para os ídolos do lado de fora do Presidente Vargas: apoio total | Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo
Sem acesso, brasileiros tiveram de torcer para os ídolos do lado de fora do Presidente Vargas: apoio total| Foto: Albari Rosa, enviado especial/ Gazeta do Povo

Torcida

Três mil pessoas vão ao PV incentivar a seleção brasileira

O duelo entre Brasil e Colômbia é hoje, às 17 horas, no Castelão. Extraoficialmente, pelo menos, a partida de quartas de final da Copa já começou. Para os cerca de 3 mil torcedores que foram ao Estádio Presidente Vargas ontem à tarde, o clima era de bola rolando. Eles não viram o treino fechado da seleção, mas apoiaram como se estivessem no palco da partida contra os Cafeteros.

Teve Hino Nacional cantado a capela, gritos de provocação à rival Argentina, além de faixas e bandeiras verde e amarela. "O campeão voltou", gritava o público, emendando com "Ei Felipão, libera o portão".

"Os jogadores podiam dar um tchauzinho pelo menos, né?", disse a dona de casa Geize Fonseca, vizinha do PV. "Mesmo assim vamos dar sorte. Vai ser mais fácil do que contra o Chile", espera o estudante Renan Bezerra.

A torcedora Vera Castelo, no entanto, diz não acreditar em jogo fácil. Por isso, trouxe uma estátua de Nossa Senhora Aparecida abençoar o time. "Eu queria presentear o Felipão, mas não sei como posso entregar para ele", lamenta Vera, que, de olhos fechados, rezava no meio da gritaria do público.

Felipão prometeu e cumpriu. Após expor algumas intimidades da seleção brasileira, o treinador retomou o estilo de confronto que marcou sua trajetória em clubes. Firme, porém ainda sem ser agressivo, defendeu a conversa com um grupo de jornalistas em Teresópolis, lembrou sua passagem por Portugal para apoiar o capitão Thiago Silva, reafirmou que o Brasil tem uma mão na taça e, sempre que possível, deu um pauzinho nos críticos.

"Chamei os meus amigos. Os jornalistas que não foram convidados pode ser que eu não goste tanto assim ou porque naquela hora eu não queria falar com eles. Não pode existir ciúme de homem. Aí é brabo", disse. "Se eu não puder fazer as coisas do meu jeito... Gostou, gostou. Não gostou, vai para o inferno", prosseguiu.

Do seu jeito, Felipão desarmou uma plateia de jornalistas disposta – mas não necessariamente pronta – a colocá-lo na parede. Interrompeu um repórter que questionava o treinador por ter falado que trocaria um dos convocados.

"Disse que neste momento da competição poderia acrescentar um jogador com característica para os jogos que teríamos daqui pra frente. Morro abraçado com os 23 que escolhi", afirmou.

Voltou a interromper quando perguntado sobre o chamado às pressas da psicóloga Regina Brandão. "Vocês estão errados nas interpretações. Está tudo cronometrado, organizado. Ela vai lá de novo já no domingo ou segunda. Vejo que alguns escrevem maldades, não sabem o que acontece aqui dentro e colocam opiniões. Admiro que são psicólogos", atacou.

Na lista de ataques, não esqueceu de Louis Van Gaal, engasgado desde que falou que o Brasil escolheria fugir da Holanda nas oitavas. "Cinco jogos das oitavas foram para a prorrogação. Um não foi porque três minutos depois o time daquele senhor que falou de complô para o Brasil foi ajudado", cutucou.

Felipão ainda distribuiu afagos. Para defender Thiago Silva, lembrou de Luís Figo. No duelo com a Inglaterra no mata-mata da Euro-2004, o craque português foi substituído e seguiu para o vestiário, onde ficou durante a disputa por penalidades vencida pelos lusitanos.

"O Figo foi criticado como se tivesse abandonado o grupo. Depois soube-se que ele passou o tempo todo rezando perante uma imagem de Nossa Senhora de Fátima. Ajudou à sua maneira", relembrou.

Como também mereceu lembrança a forma como Carlos Alberto Parreira saudou a chegada da seleção a Teresópolis, no início da preparação. "O Brasil continua com uma mão na taça. Aquelas declarações do Parreira foram espetaculares. A nossa população quer que a gente coloque o que queremos, como queremos e onde vamos atingir", disse, em um autêntico dia de Luiz Felipe Scolari.

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