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O estoque de justificativas do torcedor atleticano para cabular o trabalho e assistir aos jogos vespertinos no Ecoestádio já está no fim. De qualquer maneira, vale uma nova negociação com o chefe (ou um chapéu cheio de ousadia e alegria) para assistir ao duelo de hoje, contra o Guarani.

Pela primeira vez Ricardo Drubscky escalará Elias e Paulo Baier juntos. É o momento ideal para testar desde o início a dupla que naturalmente colocará o Furacão na goela do Bugre.

Elias conduz a bola com habilidade e entrega em domicílio para os companheiros de ataque. Seu posicionamento base será pela esquerda, mas não pode se restringir àquela faixa de campo. Quando cair pelo setor, terá de usar seu talento para explorar o fraco lado direito da defesa bugrina, com Oziel e Fernando. Ao se deslocar, abrirá espaço para as subidas de Wellington Saci e fará a troca de posição com Marcelo, algo que costuma funcionar relativamente bem com Henrique. Como Elias é anos-luz melhor que Henrique, a tendência é o deslocamento ser mortal.

Paulo Baier tem, em seu pé direito, a chave para abrir as mais fechadas retrancas. Foi assim contra ASA e Avaí. Terá de ser novamente hoje, com passes precisos. Paulo Baier tem a cada vez mais rara capacidade de fazer a bola correr e trabalhar por ele.

A exemplo da partida contra o Avaí, o Atlético terá de extrair o máximo de Baier no primeiro tempo, quando o maestro estará com seu melhor fôlego. O desgaste natural de um atleta de 37 anos será acentuado pelo irresponsável horário do jogo – 14 horas no horário solar. Jogando neste horário há duas semanas e meia, Atlético e América Mineiro precisaram de duas paradas técnicas para reidratação.

Sábado, contra o Guaratin­guetá, será pior ainda. Sol de uma da tarde na cabeça dos jogadores. Um crime que o sindicato dos atletas, se é que existe na prática, vê sem reagir.

Respeito é bom

O retrospecto de Toninho Cecílio reprovava sua contratação pelo Paraná. O rendimento do time sob seu comando, porém, credencia sua manutenção. O Tricolor voltou a ser confiável dentro de casa. Contra São Caetano, Vitória e Criciúma, jogou melhor mesmo estando diante de três postulantes ao acesso. Só não venceu todos por causa da improdutividade do ataque e do erro de Wendell Borges contra o Tigre.

O que parece, hoje, ser ameaça maior à longevidade de Toninho é seu comportamento à beira do campo. Quem acompanha as partidas pertinho do banco de reservas fica assustado com os palavrões e ofensas do técnico para cobrar seus próprios atletas. A adrenalina do jogo e a nada cordial linguagem corrente do futebol servem de atenuante, mas não eliminam a relação de respeito que tem de existir entre comandante e comandados. A médio prazo, não respeitar essa fronteira invisível mina qualquer trabalho.

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