Responsável por desencadear a evolução que transformou o futebol japonês numa das forças emergentes do futebol mundial, o hoje treinador Zico tem pela frente um novo desafio por uma outra nação, o Iraque, que tenta se reerguer após uma guerra em seu território.
É justamente na terça-feira (11), às 7h34, em Saitama, no Japão, que os atuais pupilos do Galinho encontram os antigos pelas Eliminatórias Asiáticas para a Copa do Mundo.
Há dois meses, a Gazeta do Povo conversou com Moraci Sant'anna, preparador físico da seleção iraquiana, sobre alguns dos desafios para a equipe, atualmente na vice-liderança do Grupo B, com dois pontos em dois jogos. As duas primeiras colocadas da chave se classificarão para a Copa do Mundo e a terceira colocada irá disputar o playoff contra o terceiro do outro grupo valendo uma vaga contra o quinto classificado da América do Sul.
"Estamos bem, mas temos dois fortes favoritos no grupo: o Japão e a Austrália. Nosso objetivo é, caso não fiquemos entre os dois primeiros, ir para o playoff", explicou Sant'anna, que venceu a Copa de 1994 com o Brasil e trabalhou no Atlético Paranaense em 2008.
O país ainda sofre as consequências dos anos de guerra. Em 2003, o governo do ditador Saddam Hussein chegou ao fim com a invasão norte-americana. O Comitê Olímpico Iraquiano era comandado até então pelo filho do presidente, Uday Hussein, conhecido pelos métodos violentos aplicados contra atletas desde que assumiu o cargo em 1987.
Após a mudança do poder no país, futebol ainda se reorganiza, a exemplo de toda sociedade nacional. "Os dirigentes que estão lá estão aprendendo o trabalho ainda. Eles precisaram de ajuda da Fifa para reiniciar a Federação, pois ninguém sabia como se fazia todo o trabalho", revelou o preparador físico.
A retomada do futebol iraquiano, que jogou apenas uma Copa do Mundo em sua história (a de 1986, comandado pelo também brasileiro Evaristo de Macedo), rendeu alguns resultados expressivos, como o quarto lugar nos Jogos Olímpicos de 2004, o título inédito da Copa da Ásia em 2007 e uma participação honrosa na Copa das Confederações de 2009, sofrendo apenas um gol nas três partidas disputadas.
Do elenco atual à disposição de Zico e sua comissão técnica, apenas oito jogadores são profissionais, sendo cinco no futebol do Catar e três no vizinho Irã. A situação do país, com vários atentados terroristas, tem feito com que a maioria de todos os jogos da equipe em casa, com exceção de dois no ano passado, sejam marcados para Doha, no Catar, distante cerca de 1,5 mil km de Bagdá, e também dificulta a organização de campeonatos no país.
"Do time de 2004, poucos ficaram. Do de 2007, uns oito ou nove permaneceram. Vários jogadores subiram das seleções de base recentemente. Boa parte ainda é de amadores. É um grupo jovem e muito bom tecnicamente", afirmou Sant'anna.
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