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Estar em uma Paralimpíada te leva a um universo diferente. Assim como boa parte dos profissionais que estão por aqui, nunca tive um contato constante, diário, com uma pessoa que tenha uma limitação física. No momento em que isso passa a acontecer, algumas lições tem de ser aprendidas. Os jornalistas brasileiros receberam algumas instruções por escrito dentro do guia dos atletas do país.

Por exemplo, como cumprimentar uma pessoa cega antes da entrevista? O ensino foi se apresentar normalmente, mas estalar os dedos para que o atleta saiba que estou com a mão estendida. A primeira experiência foi com o pessoal do futebol de cinco. Tudo deu certo.

Existem outras coisas, como se sentar ou abaixar sempre que for entrevistar um cadeirante e por aí vai. Na prática, também já me acostumei a ver cães em plena vila olímpica e locais de competições: são os guias, verdadeiros olhos de muitas pessoas com deficiência visual.

Ao mesmo tempo em que existem algumas diferenças que devemos assimilar, nada muda. Estou diante de uma competição em que qualquer deficiência acaba virando um detalhe. Vou contar outro "causo": assistindo o vôlei sentado brasileiro, no começo, você fica atento às particularidades.

Depois de um tempo, o esporte adaptado vira, na verdade, o convencional naquele ambiente. Aplaudi vários pontos, torci, fiz ola junto com os animados britânicos. Enfim, como bem disse a nossa medalhista de prata Lúcia Teixeira (judô), "aqui você não está vendo essa ou aquela pessoa com deficiência, mas sim atletas desse ou daquele país". E que honra poder estar ao redor deles.

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