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O personagem do jogo não estava em campo. O meia Dinélson não entrou no gramado, ficou assistindo à partida das arquibancadas, nas cadeiras, junto da torcida tricolor. Ao invés dos passes e gritos, caras feias, chute na cadeira. A mesma fisionomia frustrada do dia anterior à partida. Ele já sabia que não ia jogar enquanto olhava o treino do Flamengo, na Vila Capanema. "Só não podia falar. O tornozelo ainda dói bastante", revelou ontem, após a partida.

O mistério sobre a participação ou não do baixinho durou até minutos antes da partida, quando foram anunciadas a escalação e o banco de reservas. O nome de Dinélson não estava lá e logo depois ele apareceu vestido de calças e camisa nas cadeiras. No intervalo, questionado pela torcida, avisou: "Quarta que vem".

E teve de assistir a todo o restante da partida resignado, vendo Joélson chutar para longe a chance de empate, livre na pequena área; Henrique chegando atrasado em duas boas oportunidades. Mas o pior, ver seus companheiros desnorteados em campo, na maioria das vezes sem saber o que fazer com a bola. Se não era André Luiz colocá-la na frente e correr feito louco até a linha de fundo, vinham os chutões. Toquinhos de lado, ou lançamentos ordinários. Ninguém que olhasse no olho do marcador, passasse o pé por cima da bola e já saísse com ela lá na frente.

Dinélson descia desolado depois do fim da partida, e não quis comentar o desempenho dos colegas. Apenas disse que "assim (estar do lado de fora) não dá". Falou com pressa, pois tentava sair o mais rápido possível do meio da multidão para não ouvir os xingamentos direcionados ao time.

O mais visado era Joélson que, mesmo entrando no meio do primeiro tempo, acabou sendo o substituto do camisa 10. Sobre ele, o presidente José Carlos de Miranda também teve de enfrentar uma saia-justa. Ao sair foi cercado por vários torcedores paranistas, que pediam a dispensa do jogador.

O atleta virou uma espécie de símbolo da derrota, mas nem de longe foi o único culpado. Ninguém jogou bem. E até Flávio, que salvou o Tricolor em várias oportunidades, sofreu um gol no mínimo estranho.

Dessa forma, as explicações não passaram do óbvio: "Eles souberam aproveitar as nossas falhas", disse Vinícius Pacheco. "Vamos trabalhar duro, nos dedicar para na quarta que vem reverter", completou.

Enquanto ele falava, os 2.400 torcedores do Rubro-Negro comemoravam o resultado com sinalizadores e gritaria incontida. Os paranistas saiam cabisbaixos.

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