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Seis membros do comitê executivo da Fifa, entre eles o brasileiro Ricardo Teixeira e o paraguaio Nicolás Leoz, respectivos presidentes da CBF e da Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), foram acusados nesta terça-feira(10), durante audiência no Parlamento Britânico, de agirem de forma antiética durante o processo das candidaturas dos países para as Copas do Mundo de 2018 e 2022.

David Triesman, ex-presidente da Associação de Futebol da Inglaterra (The FA, na sigla em inglês) e ex-diretor da fracassada candidatura inglesa ao Mundial de 2018, acusou Teixeira e outros três dirigentes da Fifa de pedirem propina em troca de apoio ao país no processo que acabou elegendo a Rússia como sede da competição que acontecerá quatro anos após a Copa de 2014, no Brasil.

Triesman descreveu como "imprópria e antiética" a conduta de Leoz, Teixeira, Jack Warner, presidente da Concacaf, entidade que dirige o futebol da América Central, América do Norte e Caribe, e Worawi Makudi, mandatário da federação da Tailândia.

O ex-dirigente da FA alegou que Leoz pediu para receber um título honorário de Sir inglês e disse que Teixeira solicitou uma reunião na qual o brasileiro teria dito a ele: "Venha e me diga o que você tem para mim". Desta forma, ele quis dizer que o mandatário da CBF estava pedindo algo em troca de um possível voto para a Inglaterra.

Warner, segundo o inglês, pediu 2,5 milhões de libras para construir um centro educativo em sua cidade natal, Trinidad, e mais 500 mil libras para comprar os direitos de transmissão do Mundial para o Haiti. Já Makudi foi acusado de pedir dinheiro da TV inglesa para transmissão de um amistoso entre Inglaterra e Tailândia.

O processo das candidaturas para a Copa de 2018 foi colocado em xeque por um escândalo revelado antes da votação final realizada em dezembro, depois de uma reportagem investigativa do jornal britânico Sunday Times provocar a suspensão de dois dos 24 membros do comitê executivo da Fifa.

De acordo com a reportagem, o nigeriano Amos Adamu foi considerado culpado pelo comitê de ética da Fifa por pedir suborno a jornalistas que então atuavam disfarçados, enquanto Reynald Temari, do Taiti, foi suspenso por violar as regras de confidencialidade e lealdade exigidos pela entidade que dirige o futebol mundial.

Parte das provas de corrupção colhidas pelo Sunday Times nunca foi publicada, mas acabou sendo enviada nesta segunda-feira aos legisladores britânicos. Triesman depôs nesta terça na Casa dos Comuns do Parlamento britânico, em um inquérito do comitê do departamento de Cultura, Mídia e Esporte do governo inglês, ainda insatisfeito com a escolha da Rússia como sede do Mundial de 2018.

"A informação do Sunday Times, e isso publicaremos logo, alega que foi pago 1,5 milhão (de libras) aos membros do comitê executivo da Fifa Issa Hayatou e Jacques Anouma, que logo votaram pelo Catar", afirmou Damian Collins, deputado do parlamento inglês, durante a audiência desta terça. O Catar, no caso, acabou vencendo os Estados Unidos na rodada final de votação que elegeu o país do Oriente Médio como sede do Mundial de 2022.

Ao citar a acusação feita pelo jornal, Collins disse que o Catar utilizou um intermediário para fechar acordos com membros africanos do comitê executivo da Fifa em troca de votos na eleição.

Ao saber das acusações, o porta-voz da Conmebol, Néstor Benítez, rechaçou as acusações contra Leoz, ressaltando que a entidade votou na Espanha como sede do Mundial de 2018. "Todas as comitivas que visitaram Leoz no ano passado para pedir apoio receberam como resposta que a posição sul-americana era de respaldar a candidatura da Espanha", disse Benítez.

Até o início da tarde desta terça, a CBF ainda não havia se manifestado publicamente para comentar as acusações contra Ricardo Teixeira.

Já o presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou em Zurique que irá solicitar provas das acusações e repassará qualquer uma delas ao comitê de ética da entidade. "Temos que ter as provas e logo atuaremos de imediato contra cotós que tenham violado o código de ética", disse o dirigente.

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