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O "professor" Vanderlei Luxemburgo acaba de formar mais um discípulo. Depois de Paulo Campos, Paulo César Gusmão e Alexandre Gallo, agora é a vez do colombiano Freddy Rincón, 39 anos, seguir os passos do mestre, recém-destronado do Real Madrid e a caminho do Santos. "Ele é o melhor de todos", elogia o ex-volante.

Avalizado por Luxemburgo, Rincón estréia como técnico no comando do Iraty. E chega com carta branca. O moral é tanto que até a comprovada inexperiência do colombiano à beira do gramado foi deixada de lado. Desde que pendurou as chuteiras, em meados de 2004, após uma briga com o técnico Tite no Corinthians, o contato do ex-jogador com esquemas táticos se resumiu a uma palestra do ídolo Vanderlei e alguns cursos. "Mas ele foi muito bem indicado. Não precisa nem de contrato. Fica o tempo que quiser no clube", afirma o presidente do Azulão, Sérgio Malucelli. "E eu sempre me preparei para virar treinador. Desde que jogava", defende-se.

Com um português irrepreensível e esbanjando bom-humor, Rincón conversou ontem com a Gazeta do Povo enquanto assinava o contrato sem prazo de validade, na sede da S.M. Sports, empresa de Malucelli.

Gazeta do Povo – Até 2004 você jogou pelo Corinthians. Como foi a decisão de virar treinador?Rincón – Era uma coisa que eu vinha amadurecendo. Foi apenas uma questão de parar de jogar e encaminhar aquilo que eu tinha como uma meta pra a minha vida.

Fez algum tipo de curso?Fiz vários. A primeira coisa foi assistir a uma palestra no começo deste ano do Vanderlei. Mas o melhor curso que eu fiz foi dentro de campo, com a minha carreira.

E como surgiu o convite do Iraty?Comentei com o Vanderlei Luxembrugo que estava me tornando treinador e ele me apresentou ao Sérgio Malucelli. Conversamos e acertamos tudo.

O que conhece do Iraty?O que tenho na minha mente é um time que está aí sempre brigando, incomodando o maiores clubes aqui do Paraná.

Você recebeu o aval do Luxemburgo. É nele que você se inspira?Eu sempre falei que o Vanderlei é o melhor. Quando você quer fazer uma coisa nova, tem que procurar sempre o melhor. Eu joguei e convivi muito tempo com o Vanderlei e aprendi bastante sobre futebol com ele. Gosto da maneira com que ele dirige as equipes que comanda. É inevitável que seja a minha referência.

Além da seleção colombiana e dos times brasileiros, você atuou por Nápoli e Real Madrid e conheceu o trabalho de vários técnicos. O que o Luxemburgo tem de diferente?Eu me preocupo com comparações. É claro que eu aprendi com outros treinadores, mas fazendo uma avaliação geral da minha carreira, o Luxemburgo foi o melhor. Foi de quem eu extrai mais coisas positivas.

Qual o padrão tático do Rincón técnico? O Iraty será mais ataque ou mais defesa?Como jogador eu sempre defendi o ataque. E como treinador não serei diferente. Mas sempre com equilíbrio, é claro. O meu time saberá atacar e defender com igual eficiência.

Como jogador, você participou de três Copas (90, 94 e 98) e foi campeão mundial pelo Corinthians (2000). É possível repetir esse sucesso?Quero sempre o melhor. Você nunca pode vislumbrar menos que o melhor.

E o melhor passa por ser técnico da seleção colombiana?Porque não. Como colombiano você nunca pode descartar a seleção. Para mim seria um imenso orgulho.

Ficou uma mágoa por ter sido dispensado do Corinthians em 2004? Depois daquilo você não arrumou mais nenhum time para jogar e resolveu encerrar a carreira...Minha aposentadoria estava programada. Não sai magoado com Corinthians e sim com o treinador (Tite). Ele manipulou as coisas. Corinthians é sempre Corinthians. Ficará eternamente.

Que jogador no futebol brasileiro tem chamado mais a atenção do Rincón?O futebol brasileiro está nivelado por baixo. Mas ainda tem jogadores importantes por aí. Com a ida do Robinho para a Europa, perdemos a última grande referência. Acho que o único que me impressiona como impressionava o Robinho é o Tevez.

Mas não é contraditório o futebol brasileiro estar nivelado por baixo e o São Paulo acabar de ser campeão mundial?Não. O jogo que o São Paulo fez foi atípico. Não representou a técnica do futebol brasileiro.

Culpa do dinheiro europeu?Claro. Se pelo menos o Robinho tivesse permanecido, o Tevez teria um concorrente.

E a Copa do Mundo. Quem são os favoritos?Como sempre, a seleção brasileira é a primeira referência nas apostas. A Alemanha, por ser o país sede, vem logo depois. Mas a Argentina nunca deve ser desprezada. Gosto também de ver a Inglaterra jogar e acredito que a República Tcheca pode surpreender muita gente.

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