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O coxa-branca Ivo Wortmann chegou a jogar junto com o “mestre”. Ele demonstra orgulho de ter a amizade do conterrâneo famoso:  “Só falamos de futebol” | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
O coxa-branca Ivo Wortmann chegou a jogar junto com o “mestre”. Ele demonstra orgulho de ter a amizade do conterrâneo famoso: “Só falamos de futebol”| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

Os discípulos

Além de Ivo Wortmann e Wágner Velloso, outros treinadores com passagem pelo futebol paranaense se inspiraram em Felipão.

Adílson Batista - O ex-zagueiro era o capitão do Grêmio campeão da Libertadores de 1995 sob o comando de Scolari. Teve uma passagem pelo Paraná em 2003.

Amauri Knevitz - Ex-jogador, passou por diversos clubes do Rio Grande do Sul, onde conheceu Luiz Felipe. Campeão paranaense pelo Paranavaí em 2007.

Cuca - Está lá no site oficial do atual treinador do Flamengo: "Foi no Grêmio que Cuca foi treinado por Luiz Felipe Scolari, influência decisiva na sua carreira como treinador". Curitibano, estreou como técnico em Série A pelo Paraná, em 2003.Voltou à cidade dois anos depois, para trabalhar no Coritiba.

  • O paranista Velloso fez estágio de técnico com o padrinho campeão do mundo. Admiração vem dos tempos de goleiro:

Luiz Felipe Scolari estará hoje no banco de reservas do Couto Pereira. Ou quase isso. É que o clássico entre Coritiba e Paraná, às 19 horas, contrapõe dois discípulos de Felipão: Ivo Wortmann, 59 anos, e Wágner Velloso, 40.

O alviverde Ivo conhece o pentacampeão mundial de longa data. Os dois formaram a dupla de zaga da seleção do Rio Grande do Sul campeã brasileira universitária na década de 70. "Eu era volante, estava no Grêmio, mas como faltou um zagueiro, o treinador optou por me improvisar na posição", lembra Wortmann. "Ali começou uma amizade muito bonita."

Sempre que pode – e a agenda permite – Wortmann passa a mão no telefone para trocar ideias com o amigo. O papo, inevitavelmente, gira em torno da bola. "Só falamos de futebol", diz. Sobram conselhos dos dois lados. Foi, por exemplo, graças à ajudinha do conterrâneo que o ex-zagueiro Luiz Felipe deu o pontapé à nova carreira, lá nos anos 80. "Eu havia acabado de sair e o indiquei para os juniores do Grêmio", revela.

A retribuição veio algum tempo depois. O Coritiba estava em dúvida se valia ou não a pena investir na contratação do técnico, recém-saído de uma experiência no futebol dos Estados Unidos, em 2000. Pediu informações a Felipão, que recomendou de imediato a negociação. "Pesou muito", reconhece o coxa-branca. Mais tarde, procedimento semelhante rendeu a Ivo a transferência para o Dínamo de Moscou (Rússia). "Um torce pelo outro", arremata.

A relação do paranista é mais recente. A dupla se conheceu no Palmeiras, no fim dos anos 90. Sob as ordens de Luiz Felipe, o goleiro Velloso ergueu os troféus da Copa do Brasil (98), Mercosul (98) e Libertadores (99). "Aprendi bastante sendo jogador do Felipão", diz.

A orientação, porém, se aprofundou com a opção de Velloso por seguir os passos do antigo mestre. O ex-goleiro passou um mês estagiando com o amigo durante a Eurocopa-08. Velloso acompanhou passo a passo os bastidores da campanha de Portugal, dirigida pelo "padrinho" – os lusitanos foram eliminados nas quartas de final pela Alemanha.

"Pude participar de todos os momentos. Conversávamos sobre os jogos, jogadores, escalação... Aprendi muito sobre o futebol europeu", explica o treinador, cujo currículo fora das quatro linhas tem ainda passagens por Catanduvense e América do Rio Preto, ambos do interior de São Paulo. "O trabalho dele (Scolari) é extraordinário em todos os aspectos. De primeira linha. Quem sabe, um dia, atinjo o mesmo estágio."

Sobre o que aprenderam no campo teórico (e poderá ser visto hoje no Alto da Glória), eles desconversam. Forma encontrada para não dar armas ao "colega de escola". "Cada um possui sua filosofia própria", comenta Ivo. "Evoluí muito com o Felipão, mas também peguei ensinamentos de outros treinadores", fala Velloso.

De Londres, onde curte uma espécie de período sabático após a saída do Chelsea, Felipão retribui os elogios. "São dois técnicos de boa qualidade. O Ivo conheço há bastante tempo, tenho um carinho especial. Já o Velloso está recuperando, organizando o Paraná. Ele está criando oportunidades para o futuro", avalia ele.

O pentacampeão mundial deseja boa sorte aos amigos, mas prefere se manter imparcial sobre o resultado do clássico. "Espero um confronto leal, em que os dois treinadores dêem o seu melhor e o público saia satisfeito."

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