Discreto, Ricardinho abre fase de aprendizado

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Com poucas palavras e muita observação, o técnico Ricardinho teve ontem o primeiro contato com os jogadores em campo. Cercado de expectativa pelos torcedores, ele "comandou" o primeiro treino no Paraná de forma discreta. Interferiu pouco no trabalho dos atletas durante os 90 minutos de atividades na Vila Capanema e preferiu deixar a direção do treino a cargo do preparador físico George Castilhos e do auxiliar Ednélson.

Parecendo ainda um pouco des­­confortável na nova função, o comandante tricolor permaneceu o treinamento inteiro com as mãos para trás, andando sozinho de um lado a outro do campo. Na maior parte do tempo, acompanhou, à distância, as atividades físicas do grupo.

Nas poucas vezes que interagiu com a comissão técnica, trocou confissões rápidas com o assis­­tente – mais ouvindo as indicações de Ednélson, do que dando sua opinião. "Está sendo trabalhoso, mas prazeroso. É como se eu estivesse começando tudo de novo. O sentimento vai ser completo quando iniciarem as competições e eu puder montar a equipe. Agora é o momento do preparador físico, do fisiologista", explicou Ricardinho, após a experiência.

Os braços do pentacampeão mundial só foram descruzados quando uma das bolas do "bobinho" acabou indo parar nos pés do craque aposentado. As chuteiras recém-penduradas foram substituídas pelos tênis, mas a intimidade com a bola não se perdeu nos dois meses longe dos gramados.

Com a classe característica de meia habilidoso, Ricardinho dominou a antiga companheira com tranquilidade e a devolveu para os seus novos pupilos.

E é nos pés dos 19 jogadores que iniciaram a pré-temporada tricolor que Ricardinho aposta para cumprir a promessa que fez quando chegou ao Paraná, na quarta-feira passada. Fazer o clube voltar a conquistar títulos é o principal objetivo deste início de carreira do treinador.

"Estou com uma gana tremenda de vencer e quero muito colocar o Paraná no espaço que é dele", declarou o ex-jogador em sua primeira entrevista coletiva.

Ricardinho afirmou que já conversou individualmente com to­­dos os jogadores e garantiu que essa prática deve ser constante. "Nes­­se início de trabalho é importante individualizar a conversa. Sempre gostei disso como atleta e agora como treinador também pretendo fazer isso", afirmou.

Apesar de estar no começo da função, o treinador estará ausente nos treinamentos da semana que vem. Com compromissos pessoais agendados antes do acerto com o Paraná, Ricardinho irá viajar e deixará o comando interinamente nas mãos do irmão, Rodrigo Pozzi, auxiliar-técnico.