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Pela primeira vez desde janeiro de 2004, um nome diferente de Roger Federer ou Rafael Nadal tem boas chances de aparecer na ponta do ranking mundial de tênis. Novak Djokovic precisa chegar à final de Roland Garros, em Paris, ou torcer para que o espanhol não seja campeão para concretizar o feito.

O maior torneio de saibro do planeta começa neste domingo como plataforma para o sérvio fazer mais história. Ele venceu as últimas 39 partidas e, caso conquiste o torneio francês, igualará a maior invencibilidade do tênis em todos os tempos, que pertence ao argentino Guillermo Vilas: 46 jogos, em 1977.

Com a explosão que o transformou no tenista em melhor forma da atualidade, a imprensa mundial passou a especular o que teria mudado nesse jovem que completa 24 anos exatamente hoje. Seria a nova dieta sem glúten à qual ele tem se submetido desde o fim do ano passado? Seria um foco maior, já que diminuiu o número de brincadeiras e de imitações dos outros jogadores? Seria pura confiança?

"As pessoas estão sempre tentando simplificar tudo", diz Fran­cisco Costa, ex-capitão do Brasil na Copa Davis. "Se Djokovic foi capaz de ganhar [torneios] challenger antes dos 17 anos, é um início que já mostra potencial para chegar no mínimo entre os cinco do mundo. Depois ele foi campeão de um Grand Slam com 20 anos [Aberto da Austrália, em 2008]. É normal que chegue a número um".

Torneios challenger representam o segundo escalão do circuito profissional, logo abaixo dos ATPs. Em 2004, Djokovic, de 16 anos, então o 515.º do ranking mundial, bateu justamente Costa (338.º, aos 30 anos) na campanha rumo a esse primeiro título, no saibro de Budapeste, na Hungria.

"Não houve uma mudança objetiva. É um crescimento geral, físico, mental, até uma evolução técnica", complementa o adversário na ocasião, hoje técnico. "De repente acham que ele descobriu alguma coisa, que está tomando um suco diferente... Não funciona com pequenos truques."

O último brasileiro batido pelo sérvio foi Thomaz Bellucci, que pelo menos conseguiu ganhar um set na semifinal do Masters 1000 de Madri, no início de maio. Aliás, foi apenas um dos nove sets perdidos por Djokovic na temporada.

A supremacia dele contra tenistas do país vem de longa data. Em 2004, bateu nas oitavas de final do Aberto da Austrália juvenil o catarinense Bruno Rosa. "É legal saber que um cara que jogava comigo quando era juvenil está fazendo um negócio desses, colocando o nome na história", afirma Rosa, que chegou a ser o 402.º do mundo, mas desistiu da carreira, aceitando uma bolsa de estudos para jogar tênis e estudar Economia na Universidade Rice, EUA.

Atual 88.º do ranking, Ricardo Mello é, fora Bellucci, o único brasileiro garantido na chave principal na França. Ele também perdeu para Djokovic uma vez, na primeira rodada do ATP 250 de Lyon, em 2005. "Ele está mostrando muita força mental. Para bater Nadal duas vezes seguidas no saibro e quatro vezes no ano... No momento é disparado o melhor", analisa.

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