• Carregando...

Maracaibo – Um dos principais cartões-postais de Maracaibo, a Plaza Bolívar homenageia no nome e na estátua que possui o general Simon Bolívar, líder da emancipação sul-americana frente ao exército espanhol, no século 19. Um dos libertadores da América que batizam o mais nobre torneio interclubes do continente, que para o Paraná começa para valer hoje, às 20h30 (de Brasília), contra o Unión Maracaibo.

Simon Bolívar também é o pai da ideologia bolivariana, seguida à risca pelo coronel Hugo Chávez, presidente da Venezuela, o que torna a partida de hoje ainda mais especial para uma peça-chave na primeira participação tricolor na Libertadores. Socialista por convicção que já conheceu Rússia, China e Cuba, o presidente paranista José Carlos de Miranda, responsável por conduzir o clube ao torneio, vê a estréia naquela que ele chama de "verdadeira Libertadores" como um verdadeiro presente. Conhecerá a Venezuela de Chávez. De brinde, ganhou uma "visita" à Bolívia de Evo Morales, em abril, para o jogo contra o Real Potosí.

"Realmente tenho uma ideologia nacionalista e todos os governantes que defendem o povo, o país e suas riquezas têm a minha admiração e solidariedade. Quanto ao Chávez, o resultado das eleições mostrou que tem 81% de aprovação popular", discursou empolgado o dirigente. A unanimidade, porém é colocada em dúvida pela imprensa e moradores venezuelanos, que apontam fraude no processo eleitoral.

Uma aprovação que parte principalmente das camadas mais baixas da sociedade. Está muito mais nítida, por exemplo, na capital Caracas, de cerca de 4 milhões de habitantes e pobreza evidente, onde a delegação paranista pernoitou de terça-feira para ontem, do que em Maracaibo, de 1,7 milhão, segunda maior cidade e principal centro petrolífero do país – até por isso pilar econômico do chavismo.

Mas, apesar da prosperidade nos negócios, obviamente longe de superar as desigualdades sociais típicas da América Latina. Disparidade também presente no futebol, esporte no qual pelo menos o Paraná, freqüentemente citado pelos seus próprios dirigentes como um dos "primos pobres" da Série A brasileira, devido à distribuição desigual das cotas de tevê, mostrou no ano passado que pode subir na vida.

O próprio Miranda, inclusive, orgulha-se de se auto-intitular "o único presidente ‘pobre’ de um clube da Primeira Divisão no Brasil (em comparação aos tradicionais cartolas endinheirados)", que conquistou a admiração da torcida por ser um homem do povo. Quem sabe o comandante de uma ótima campanha na Libertadores, competição na qual cabe a partir de hoje ao Tricolor, independentemente de convicções políticas, iniciar hoje sua própria revolução nos gramados e levar o ideal paranista por todo o continente.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]