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Documentos de uma corte na Suíça confirmam que cartolas da Fifa admitiram que receberam subornos milionários nos anos 90. A informação foi revelada em audiências diante do juiz da cidade de Zug, em um caso fechado no ano passado. "Nos procedimentos, os acusados negam responsabilidade criminal, mas não o recebimento dos fundos", afirmou um dos documentos do Tribunal. A corte se recusa a dizer quem seriam os envolvidos, já que um acordo extrajudicial encerrou o processo.

Mas, ontem, a rede BBC revelou que os envolvidos seriam o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, e o ex-presidente da Fifa, João Havelange. Ambos, segundo a tevê pública britânica, teriam fechado um acordo para impedir a publicação dos nomes dos envolvidos. A revelação foi ao ar enquanto Joseph Blatter, presidente da Fifa, insistia em discurso no Japão que a instituição era "limpa". Em uma semana, ele enfrenta eleições na entidade e no centro do debate estarão as repetidas suspeitas de corrupção que envolvem a organização.

A Fifa se recusa a comentar o caso de Zug, alegando que já está encerrado. Há dez anos, a Justiça suíça decidiu abrir investigações para determinar a causa da falência da ISL, empresa de marketing da Fifa, e descobriu que parte do dinheiro que passava pela empresa tinha como função o pagamento de subornos. Nos documentos do processo, executivos da ISL também confirmaram que haviam feito os pagamentos para garantir contratos de marketing e para as Copas do Mundo. Nos anos 90, porém, receber subornos não era crime na Suíça e, por isso, o documento do tribunal insiste que "os acusados negam responsabilidade criminal".

Em uma das linhas de um outro documento recebido pela corte, revelado pela BBC, o nome de Teixeira aparece ao lado de uma menção à Adidas, uma das principais patrocinadoras da Fifa, com um valor de US$ 100 mil.

Catar

Joseph Blatter prometeu ontem medidas para erradicar casos de corrupção. A entidade está envolvida em escândalos desde o final de 2010. Oito dos 24 membros do Comitê Executivo foram acusados de pedir favores ou dinheiro em troca de votos na eleição para as sedes da Copa 2018 (Rússia) e 2022 (Catar). "Nós precisamos achar uma solução para lidar com o passado e investigar coisas erradas", afirmou.

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