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Uma planilha que não pode falhar

Goiânia – Não basta um carro ajustado e a destreza de um piloto experiente. Para tudo ir bem em um rali, é fundamental a participação do navegador, figura responsável por decifrar a planilha que indica detalhadamente o caminho a ser trilhado pelo piloto. "É um estresse mental e físico", explica Clécio Maestrelli, navegador curitibano parceiro de Maurício Neves.

Ele levou ao Sertões o conhecimento de quem já pilotou motocicletas em ralis de regularidade. "O formato da planilha é praticamente o mesmo", diz.

Mas nem isso ameniza a dificuldade de quem passará várias horas por dia, durante mais de uma semana, sacolejando dentro de uma picape, enquanto tenta interpretar e informar rapidamente para o piloto a direção a seguir. "O tipo de rali mais complicado é o cross country (como o Sertões), pois passa por terrenos difíceis e também desconhecidos", afirma o navegador. (FM)

Goiânia – Levantando a poeira e instigando a adrenalina, 161 pilotos pisarão fundo a partir de hoje no prólogo do 15.º Rally Internacional dos Sertões, a principal competição e maior aventura off road da América Latina. A partir do meio-dia, 58 carros, 83 motos, 12 caminhões e oito quadriciclos farão a tomada de tempo em uma pista de terra localizada próximo à região central da capital goiana. Será um breve aperitivo da aventura rumo aos rincões do Brasil, e a oportunidade de determinar a ordem de largada para os primeiros dos 4.776 quilômetros do rali (2.471 contra o relógio), que começarão a ser percorridos amanhã e terminarão no dia 17.

Com muita fé e experiência na bagagem da sua pick-up Mitsubishi L200 Evo Prom, que compete na categoria Protótipos, a dupla curitibana formada pelo piloto Maurício Neves e o navegador Clécio Maestrelli está otimista para conquistar um dos mais cobiçados títulos de rali do planeta. Por conta do desempenho da equipe Promacchina (criada pelo próprio Maurício) nos últimos meses, eles têm bons motivos para confiar nas suas aceleradas.

Tendo como objetivo maior se preparar para o Sertões, o time das araucárias – que conta com outra dupla de Curitiba, o piloto Fellipe Bibas e o navegador Émerson Cavassim – aprimorou a técnica e o desenvolvimento dos seus dois carros durante as últimas provas dos campeonatos Paulista e Brasileiro de Cross Country. A equipe venceu 11 das 12 etapas que disputou. O pior resultado foi um terceiro lugar. "O que testamos surtiu efeito", comemora Neves.

Para fazer jus ao belo retrospecto na principal prova do calendário nacional, a estratégia já está traçada. Ela foi fundamentada na experiência.

"Nosso plano é não judiar muito do carro nos primeiros dias de prova, porque se for necessário fazer alguma manutenção logo de início, certamente haverá desgaste prematuro", revela o piloto.

Mas, tratando-se de uma prova contra o relógio, ele sabe que o limite do carro inevitavelmente terá de ser testado. "Apesar de começarmos um pouco mais tranqüilos, a partir da metade da prova vamos sentar o pé", admite Neves, com o traquejo de quem já disputou seis edições do Sertões.

Seu melhor resultado foi um terceiro lugar geral em 2004, quando pilotou pela primeira vez um carro de ponta e, após liderar a competição com uma folga de 40 minutos na última etapa, teve um problema mecânico e foi ultrapassado. Depois do balde de água fria, sobraram lições.

"Constatamos que houve falha de manutenção e aprendemos que a peça que deu problema tem que ser nova para este tipo de prova", ressalta Neves, com ar professoral. "É legal vencer uma etapa, mas de nada adianta se não houver regularidade de bons resultados."

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