Quando Mineiro foi embora, no início do ano, o São Paulo sentiu demais sua falta. Depois, no meio da temporada, o Tricolor perdeu Josué. Mas o técnico Muricy Ramalho tinha uma solução provisória para jogar sem volantes de origem: Hernanes e Richarlyson na cabeça-de-área. A dupla havia sido testada e aprovada quando Josué estava com a seleção brasileira. Os meias foram tão bem como volantes que ainda não perderam jogando juntos. Foram 16 jogos do Tricolor com os dois em campo: 15 pelo Brasileiro e um pela Copa Sul-Americana. Em três partidas, Richarlyson jogou como lateral e em uma Hernanes entrou no decorrer do duelo.
- O técnico não pode chorar muito suas perdas para não desvalorizar os atletas que ficam. Quando Mineiro e Josué foram embora não reclamamos muito. Trabalhamos na adaptação de uma nova dupla. Essa é a função da comissão técnica que muita gente não percebe - conta Muricy.
O treinador conseguiu transformar dois meias, um deles bem ofensivo, em volantes com muito poder de marcação. E não se cansa de elogiar a dupla.
- O Richarlyson é um jogador que, por ser muito forte, pode atuar em quase todas as posições. Além de ser fisicamente fora de série, é obediente taticamente e se doa muito em campo. O Hernanes deve estar gostando, pois depois que passou a jogar como volante começou a se firmar - analisa o treinador.
Para Richarlyson, a adaptação foi mais fácil, pois o meia tem facilidade para marcar. Hernanes, que estava acostumado a jogar bem mais na frente, admite que ainda não se considera um volante, mas não deixou a oportunidade escapar e hoje é um dos melhores jogadores do Tricolor no Brasileiro. Ele conta como é o entrosamento com Richarlyson.
- Só não consigo jogar como primeiro volante. Nunca gostei muito de marcar, e o Richarlyson faz isso muito melhor do que eu. Mas jogo de segundo volante sem problemas. O Muricy sempre fala para um ficar atrás quando o outro avançar. Os dois gostam de atacar, mas nos revezamos - explica Hernanes.
WhatsApp
Deixe sua opinião