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Depois de provar com títulos a supremacia no vôlei de praia mundial, a dupla Ricardo e Emanuel resolveu exportar a técnica que tanto encanta nas areias do mundo afora. Desde a semana passada, os atletas viraram "professores" do esporte que monopolizaram nos últimos anos.

Os primeiros "alunos" são do Casaquistão, mas até abril deverão passar pela base da dupla em João Pessoa atletas da Holanda e França. Todos com o mesmo objetivo, descobrir o segredo que faz do vôlei de praia masculino do Brasil praticamente imbatível.

A resposta está na ponta da língua do jogador com maior número de títulos do circuito mundial, o paranaense Emanuel: "Criatividade". Mas se fosse só isso, o casaquistaneses não precisariam ficar 40 dias por aqui.

"Para eles falta é jogar. Ao contrário daqui, onde podemos atuar durante todo ano, lá na Europa e na Ásia são quatro meses, depois as temperaturas baixam e ninguém agüenta", afirma Emanuel, medalha de ouro em Atenas, que tem algo incomum com seus alunos.

Em 1988, depois de passar pelo volêi de quadra do Curitibano, Círculo Militar, entre outros clubes da capital, se encantou com a nova modalidade que surgia e resolveu migrar para areia.

Na época, o monopólio era norte-americano, e embora o Brasil já demonstrasse a criatividade de hoje, ainda faltavam muitos fundamentos a serem melhorados. Por isso, Emanuel, então com apenas 15 anos, resolveu se aventurar nos Estados Unidos e ver o que fazia de jogadores como Stoklos e Sinjin Smith, invencíveis na época. "Foi a melhor coisa que poderia fazer", comenta.

O estágio do paranaense durou três anos e quando ele voltou, em 91, começou imediatamente a carreira que não demoraria para ser vitoriosa. O aprendizado hoje é passado sem mistério para os alunos.

"É o que eu sempre digo. Os jovens têm muita força. Os mais velhos muita experiência. Mas o importante é equilibrar esses dois pontos".

Esse equilíbrio atingido pela dupla fez também o esporte alterar um pouco a rota. Pelos resultados de Ricardo e Emanuel, há quatro anos o destino dos estágios de atletas europeus e asiáticos mudou dos Estados Unidos para o Brasil. Em 2006, do Rio de Janeiro, chegou a João Pessoa.

Mas o ano letivo da "escolinha" será curto, não ultrapassará os quatro primeiros meses do ano. "Depois começa o circuito e não dá mais", afirma Emanuel, que em 2006 disputará 30 campeonatos pelo mundo.

A rotina não deverá mudar durante os próximos cinco anos. Até lá ele garante não imaginar problemas com seus alunos, no caso de encontrá-los como adversários. "Sou muito consciente do meu momento. Sei que até 36, 37 anos ainda estarei competitivo".

Depois... "Vou atuar de alguma forma no esporte. Talvez gerenciar a carreira de atletas novos. Mas realmente não penso nisso. Por enquanto estou só competindo. Focado no Pan e, principalmente, na conquista de mais um ouro olímpico"

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