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A 9.ª Maratona Internacional de Curitiba, marcada para domingo, às 7 horas, terá um pelotão de elite reduzido. A maioria dos competidores profissionais – incluindo os vencedores do ano passado –, deixou para confirmar a presença de última hora. Pela previsão da organização, no máximo 40 corredores de ponta devem se aventurar nos 42.195 quilômetros da prova paranaense, que contará com 2.300 inscritos. Nem mesmo a boa premiação de R$ 12 mil para o campeão geral masculino e feminino incentivou a presença de atletas que vivem do esporte. O não pagamento de cachê e a falta de televisionamento são os fatores que inibem a vinda das grandes estrelas.

Primeira representante da elite a confirmar participação, a santista Leoni Justino da Silva, 33 anos, tentará uma vitória inédita. Em 2004, ela terminou a prova na terceira colocação. "Já corri umas quatro ou cinco vezes e sempre fiquei entre as seis melhores. Cheguei a liderar até o quilômetro 30, mas perdi. Agora, eu quero muito vencer", comenta ela, que começou a competir com 11 anos.

"Ganhei uma corrida em um torneio da escola e me entusiasmei. Vi que tinha jeito para a coisa. Aos 15, já representava um clube de Santos, o Brasil Futebol Clube", contou. No currículo, Leoni tem como principais destaques os títulos das maratonas de Blumenau (1999) e de Barcelona (2001).

A estudante de Educação Física admitiu que um triunfo em Curitiba seria muito comemorado. E elogiou o evento. "É a melhor maratona do país em todos os aspectos. Premiação, organização, percurso...", comentou. Com relação às chances de surpreender, prefere esperar até o quilômetro 25. "Lá, já dá para saber como eu estou. Se tenho como brigar pela vitória."

De acordo com ela, a Maratona de Curitiba é ainda a mais desafiadora do Brasil. "O trajeto é muito difícil, tem várias subidas. Não é o ideal para quem deseja começar no esporte, porque pode ficar desestimulado", analisou, dando risada.

No lado masculino, o mais bem cotado a antecipar sua inscrição foi o segundo colocado do ano passado, o gaúcho Claudir Rodrigues, 29 anos. Apesar de chegar com moral à capital paranaense, ele prefere adotar a cautela. "Não sou favorito. Minha meta é chegar entre os cinco melhores, mas estou bem condicionado. Não quero falar em resultado, prefiro deixar para mostrar na prova o que posso fazer, até porque sempre ocorrem imprevistos", afirmou.

Claudir também considera o trajeto de Curitiba bastante exigente. "Se não estiver bem preparado, o atleta sofre. É um percurso bem pesado", explicou.

O atual vice-campeão começou sua carreira no exército, em 1997, correndo 5 km e 10 km. Ainda nas forças armadas, migrou para a maratona três anos mais tarde. Quando se licenciou, chegou a pensar em abandonar o atletismo por falta de patrocínio. "Estava pronto para fazer um curso de vigilante para trabalhar em banco", revelou. Só não seguiu outro rumo porque recebeu um convite do técnico cubano Lázaro Velásquez para receber apoio da Universidade de Caxias do Sul (UCS). Desde 1996, a entidade trabalha com profissionais da ilha de Fidel Castro.

Natural de Santa Maria (RS), ele foi bronze no Troféu Brasil deste ano na prova de 5.000 metros mesmo tendo disputado a competição por dever – "não é minha especialidade; se não fosse pelo patrocinador, não teria corrido". Também esteve no Mundial de Atletismo, na Finlândia, mas terminou em 41.º.

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