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Pouco importa se foi apertado, em um jogo ruim e com um gol cheio de reclamações por parte do adversário. O torcedor do Ceará só quer saber de comemorar. De volta à primeira divisão depois de 17 anos, o Vovô estreou no Brasileirão com vitória sobre o Fluminense, neste domingo, no Castelão, por 1 a 0.

Geraldo, de pênalti, foi o responsável pela festa que começou antes mesmo de a bola rolar ao som de tambores na arquibancada. O resultado coloca os cearenses na sexta colocação, com três pontos, assim como Atlético-MG, Corinthians, Cruzeiro, Palmeiras, Avaí e Guarani.

O Tricolor carioca, por outro lado, não tem o menor motivo para comemorar. Ao todo são três partidas sob o comando de Muricy Ramalho e três derrotas. Ainda é cedo para se alarmar, mas a zona de rebaixamento já faz parte da realidade do Flu, 17º colocado.

Na próxima rodada, o Fluminense recebe o Atlético-GO, no Maracanã, sábado, às 18h30m (de Brasília). Já o Ceará tem uma parada dura pela frente, contra a garotada do Santos, domingo, às 16h, na Vila Belmiro.

Mais consistente, Ceará larga na frente

O batuque nas arquibancadas e a festa incessante da torcida do Ceará antes do apito inicial era justificada. Afinal, após 17 anos o Vovô está de volta à Série A do Brasileirão. Com os times em campo, estratégias completamente opostas. Enquanto PC Gusmão manteve a equipe vice-campeã cearense e ignorou os reforços, Muricy Ramalho realizou de cara três mudanças entre os titulares, escalou Julio César, Willians e Cássio, e se deu mal.

Nitidamente mais entrosado e no embalo da torcida, o Ceará começou a partida pressionando. Marcando a saída de bola, o time de casa já tinha desperdiçado duas oportunidades em cobranças de falta com pouco mais de um minuto. O Tricolor carioca tentava sair para o jogo com Willians e Conca, mas era sempre parado pela boa marcação cearense.

Até os 20 minutos, o que se viu foi muita disposição ofensiva das duas equipes, com superioridade evidente do Ceará na posse de bola. Faltava, no entanto, qualidade para criar boas oportunidades. E o primeiro lance de perigo aconteceu aos 21: Geraldo avançou pela direita e cruzou no segundo pau para Misael voar na frente de Gum e cabecear para fora.

Nos pés de Conca, o Flu deu o troco aos 22 e aos 25. Primeiro, o argentino aproveitou rebote da zaga e tentou encobrir Diego. A bola saiu pela linha de fundo. Em seguida foi a vez do meia deixar André Lima em boa posição para chutar para fora.

A essa altura, o time carioca já tinha equilibrado o jogo e mantinha a bola no campo ofensivo. E foi justamente graças a essa ousadia tricolor que o Ceará abriu o placar. Aos 33, Diguinho bobeou no campo ofensivo e foi desarmado por Michel, que puxou o contra-ataque. O volante serviu Geraldo, que entrou na área e foi derrubado por Cássio.

O zagueiro, último homem, até travou a bola, mas empurrou o adversário pelas costas para cometer pênalti e ser expulso. Na cobrança, muita reclamação dos cariocas. Geraldo fez a paradinha e chutou para a defesa de Rafael. Ednilson Corona levantou a bandeira, dedurou o avanço do goleiro e o árbitro Paulo César Oliveira invalidou o lance. Na segunda tentativa, o meia do Vovô não perdoou e abriu o placar.

Já sem um de seus três zagueiros, o Fluminense perdeu também Gum, que, lesionado, deu lugar a Leandro Euzébio. Apesar dos problemas, o time até se aventurou no ataque e assustou em cobranças de faltas de Marquinho e Conca. Nada que tirasse o sono de Diego.

Flu melhora, mas sequer assusta

Com um jogador a menos, Muricy resolveu seu problema colocando em campo no segundo tempo um jogador que parecia valer por dois: Everton, na vaga de Willians. Eficiente na marcação e nos passes, o volante acertou a saída de bola, fez a ligação da defesa com o ataque e permitiu que o Tricolor equilibrasse as ações. Conca e Mariano também passaram a participar mais da partida, mas tudo era desperdiçado quando chegava até André Lima. Atabalhoado, o atacante não conseguia da sequência nem concluir as jogadas.

Na mesma medida em que o Flu se mandou para o ataque, o Ceará recuou e passou a apostar nos contragolpes. A partida ficou monótona e com pouquíssimas finalizações. Até os 20 minutos eram apenas 10 (seis dos cearenses e quatro do Tricolor).

Aos 23, chutes completamente tortos de Marquinho e Julio Cesar praticamente minaram as esperanças do torcedor carioca, em desespero diante da inoperância da equipe. Lance válido de registro mesmo somente o chute de longe distância de Tony, aos 29, para defesa de Rafael.

Foi o último suspiro ofensivo do Ceará, que ainda perdeu Heleno, expulso por falta dura em Wellington Silva. Quanto ao Fluminense, apenas uma chance real de empate, desperdiçada por André Lima, na frente de Diego, aos 46. Desespero tricolor e frenesi alvinegro ao som de "o Ceará voltou".

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