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Parte do Conselho Administrativo do Coxa, durante entrevista na sexta: grupo tem insistido em apontar a criatividade como saída para equilibrar finanças e ter um time forte | Giuliano Gomes/Gazeta do Povo
Parte do Conselho Administrativo do Coxa, durante entrevista na sexta: grupo tem insistido em apontar a criatividade como saída para equilibrar finanças e ter um time forte| Foto: Giuliano Gomes/Gazeta do Povo

A necessidade imposta ao Coritiba de rever seu orçamento para 2010 afetou primeiramente o caixa do departamento de futebol. Pouco mais de um mês do traumático rebaixamento à Segunda Divisão nacional, o clube já conseguiu derrubar em mais da metade os gastos mensais com o time.

Ano passado, em salários o clube desembolsava R$ 1,5 milhão a cada 30 dias – só Marcelinho Paraíba era o responsável por 10% desse valor. Atualmente, a folha já foi reduzida para cerca de R$ 700 mil e ainda pode cair mais, caso o goleiro Edson Bastos e o atacante Marcos Aurélio, que, juntos, custam outros R$ 150 mil sejam negociados.

A economia na bola é apenas uma parte da correção que o Coritiba foi obrigado a fazer no seu orçamento. Em novembro do ano passado, antes do término do Campeonato Brasileiro, o conselho do clube havia aprovado um caixa de R$ 51 milhões para a temporada seguinte. Agora, diante da nova e dura realidade, e re­­feitas as contas, a intenção é gastar, no máximo, R$ 31 milhões. Um decréscimo de quase 40%.

"Tivemos a perda de 50% da cota de televisão (como membro do Clube dos 13, o Coxa recebia R$ 12 milhões), as receitas com sócios, a possibilidade de perdermos dinheiro de bilheteria, são vários os fatores que provocaram essa diminuição no orçamento do clube", enumera Vilson Ribeiro de Andrade, vice-presidente do Conselho Admi­nistrativo do Alviverde.

Além de todos esses prejuízos mencionados pelo dirigente, o Coritiba contabiliza ainda gasto de cerca de R$ 400 mil com a reforma do Estádio Couto Pereira, depredado por torcedores.

Pode também entrar na conta a multa de R$ 610 mil imposta pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, em decorrência dos incidentes da partida do dia 6 de dezembro. Punição que pode render ainda a perda de 30 mandos de campo – a data do julgamento do recurso do Coxa ainda não foi marcada.

Diante da grave crise financeira, será preciso muita criatividade para buscar os R$ 31 milhões previstos. "Estamos trabalhando muito nisso. Em um primeiro momento, vamos enxugando o departamento de futebol, assim como o administrativo", afirma Andrade. "Vamos precisar, por exemplo, de parcerias com em­­presários. Mas de mão-dupla. Trabalho há 40 anos e não conheço parceria bem sucedida em que o retorno não seja para os dois. Então, o investidor tem de ter o seu benefício e o Coritiba também", acrescenta o vice-presidente. Nessa semana, pode ser anunciada, nesse moldes, uma parceria com a L.A. Sports, que esteve com o Paraná de 2005 a 2007 e ano passado.

Um dos setores que terá importância fundamental no período é o de marketing. "Temos de ser ousados, atrevidos. Buscar patrocínios, venda de publicidade, contar com o apoio dos associados, etc", conta Fernando Ghignone, integrante do G9 responsável pela área.

Ao lado do Atlético, o Coritiba está costurando um acordo com a Ambev, já acertado com a equipe de juniores para a Copa São Paulo. Uma boa oportunidade, considerando que do banco BMG, patrocinador master do clube, já foi adiantado um ano de receita. E no caso dos sócios, está uma amostra da ousadia da nova direção. Mesmo sem saber quantos jo­­gos fará em seu campo na Série B, o Coxa optou por aumentar o preço da mensalidade. "Temos que contar com esse apoio do torcedor, do contrário será muito complicado", declara Ghignone.

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