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O reinado absoluto de Robert Scheidt está ameaçado. Hoje, quando completa o primeiro aniversário do octacampeonato mundial da classe Laser, o iatista pode começar a ganhar companhia no posto de atleta brasileiro com mais títulos mundiais na carreira.

O paranaense Emanuel é o concorrente e nem precisa vencer em Vitória (ES) para conquistar o seu oitavo Circuito Mundial de vôlei de praia. Basta os vice-líderes Márcio e Fábio Luiz não subirem ao pódio na etapa brasileira do torneio para ele e o parceiro Ricardo garantirem a taça de 2006 por antecipação. Os líderes do ranking possuem 6.380 pontos, contra 6.060 dos conterrâneos.

Além dos pontos, a performance surpreende. A parceria campeã olímpica soma 65 vitórias em 75 jogos, um aproveitamento de 86%. Em sets são 132 triunfos, em 164 disputados – pouco mais de 80%. Nas 12 etapas até agora, Emanuel e Ricardo estiveram em todas as semifinais e somaram dez pódios: cinco ouros, quatro pratas e um bronze.

Confirmado o favoritismo da dupla, Emanuel acrescentaria a marca ao ouro na Olimpíada de Atenas 2004 ao troféu de melhor atleta da década de 90 e aos cinco títulos no Campeonato Brasileiro (do qual também é líder).

Tudo isso o deixaria mais perto da badalação de Robert Scheidt. Se mundialmente podem se tornar iguais, os dois atletas defendem modalidades com status diferentes graças ao rendimento olímpico: 12 medalhas no mar contra 5 na areia. Só Scheidt tem três. O bicampeonato em Atanta 96 e Atenas 94, além da prata em Sydney 00.

"Ainda é um esporte bebê se comparado à vela, cujas medalhas vêm antes mesmo do vôlei de praia fazer parte do programa olímpico", avaliou Emanuel ontem, após os últimos ajustes para a estréia na arena de Camburi.

As classes náuticas integram os Jogos modernos desde a sua primeira edição, em 1896. Buchard Cordes e Reinaldo Conrad começaram a delinear a tradição brasileira com um bronze nos Jogos da Cidade do México, em 68. Vinte e oito anos antes de o vôlei de praia ser oficializado na Olimpíada de Atlanta. "Esse oitavo título pode ajudar a construir um respeito maior ao vôlei brasileiro, que vem numa evolução significativa", afirmou Emanuel. Se for campeão e mantiver o sucesso nas próximas temporadas, o jogador tem a chance de se isolar como o mais vitorioso do país em todos os tempos, isso porque Scheidt se concentra cada vez mais na categoria Star, onde ainda está longe de um título de peso.

No Circuito Mundial o Brasil é soberano. A hegemonia no feminino começou em 93 e este ano Larissa e Juliana são campeãs por antecipação. Entre os homens, a primeira vitória aconteceu em 95. Em todo esse período, o país só não esteve no topo do pódio nas duas categorias na edição de 2002.

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