• Carregando...

Portugal tem a sua parcela de torcida coxa-branca. Ao menos na Rua de Roma, em Lisboa, onde trabalha o subgerente de restaurante Luís Filipe dos Santos, de 29 anos. "Ao menos ali o clube mais conhecido do Brasil não é nem Flamengo, nem São Paulo, nem Corinthians. É o Coritiba", afirma esse português nato, que na semana passada esteve em Curitiba exclusivamente para conhecer o Estádio Couto Pereira.

Luisão, como é conhecido, tem o coração dividido por dois times. Porém torce pelas mesmas cores: o verde e branco do Sporting (um dos três grandes da Terrinha, ao lado de Benfica e Porto) e do Coritiba, paixão assumida em 2002, graças à forcinha do amigo Fabiano Garcia, estudante de Direito curitibano que trabalhava à época com Luisão na capital lusitana. Fora isso, Luisão relaciona algumas coincidências entre os dois clubes, como a aparência do Alto da Glória, semelhante à do antigo Estádio Alvalade (derrubado e reconstruído para a Eurocopa de 2004), as torcidas e, óbvio, as cores. "Se um dia jogarem Sporting e Coritiba, não torço para ninguém. Vou comemorar todos os gols e esperar um empate por 5 a 5. Seria lindo", confia.

Aversão rubro-negra

A grande prova de que Luisão incorpora definitivamente o espírito coxa-branca não está no conhecimento da história alviverde e nem do elenco atual, o qual conhece muito bem, diga-se de passagem. "Me informo pela internet todos os dias. Leio as notícias e ouço todos os jogos do glorioso Coritiba em Lisboa".

A prova cabal está na intolerância com o rival Atlético. "Não suporto os atleticanos. Eles são como os lampiões (apelido pejorativo dos torcedores do Benfica): ganham um jogo e já pensam que são campeões", alega.

Um fato no empate por 3 a 3 entre Brasil e Uruguai, no Estádio Pinheirão, em 2004, pelas Eliminatórias da Copa da Alemanha, ilustra a aversão que Luisão tem às cores rubro-negras.

Após o expediente, a equipe do restaurante se reuniu para assistir ao jogo. Um dos brasileiros que por lá trabalhava apareceu com a camisa atleticana. Foi o suficiente para Luisão protestar.

"Exigi que ele retirasse a camisa na hora. Disse: ‘Se queres assistir ao jogo conosco, tira isso’". O rapaz tirou, o que não foi suficiente para terminar com o calvário.

No fim do jogo, o atleticano vestiu de volta a camiseta para pegar carona com Luisão, o que o irritou ainda mais. "Fiz ele tirar novamente, mas dessa vez num frio de 2° C. Ele entrou no carro sem camisa e teve de levá-la do lado de fora, com o braço estendido para fora da janela", relembra, rindo.

Da visita ao Couto Pereira, Luisão leva uma lembrança em especial. De todos os troféus expostos no novo museu do estádio, ele fez questão de tirar foto de um para levar a Portugal: o da vitória por 2 a 0 do Coritiba justamente sobre o Benfica, então bicampeão português, num amistoso de 1972. "Assim como o Sporting, aqui o Coritiba também é maior do que eles", orgulha-se.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]