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O Brasil é mais uma vez campeão mundial de futebol. Mas dessa vez o título é inédito. A Urece/América, equipe do Rio de Janeiro, conquistou o primeiro Mundial de futebol feminino para deficientes visuais. A conquista aconteceu neste domingo (15), em Marburg, na Alemanha. O time carioca tem a jogadora Marta, do Santos e da seleção brasileira, como madrinha.

"Não imaginávamos que conseguiríamos este resultado, pois as atletas de outras equipes jogam com e contra homens desde 2006, e nossas atletas só treinam há três meses. Sentimos muito a pressão dos jogos e, principalmente, a parte física, pois jogamos quatro jogos duros em dois dias. No último jogo, com as lesões principalmente, foi muito empolgante ver a superação das meninas, que hoje mal estão andando, mas não deixaram de lutar em nenhum momento e foram extremamente bem sucedidas", comemorou o técnico Gabriel Mayr.

O regulamento e os resultados das outras equipes ajudaram as brasileiras. A Urece/América venceu a seleção de Marburg na estreia, por 2 a 0. Depois, mesmo com três empates por 0 a 0 em três jogos e seis pontos na tabela, conquistou o título. A aposta carioca foi na retranca. O time foi o único que não sofreu gols no torneio. Fabiana Alves fez os dois gols da associação do Brasil.

"Após os primeiros jogos não tínhamos uma posição favorável na tabela e estávamos almejando o segundo lugar. Mas em uma partida atípica, a equipe de Berlim, que era mais forte, perdeu. A partir daí, nos aproveitamos da experiência da comissão técnica e fizemos um esquema de jogo que tornou nossa defesa mais sólida. Jogamos pelo empate, que garantia o título para nossa equipe", explicou o treinador, por e-mail, ao GLOBOESPORTE.COM.

Primeira edição de um campeonato mundial da modalidade, o torneio teve dificuldades. Com duas desistências, apenas três equipes participaram da competição.

"As equipes alemãs jogaram com atletas de outros países, pois nenhum país se sentiu com estrutura para enviar uma equipe, como o Brasil fez", disse Gabriel.

E a equipe também encontrou uma curiosa dificuldade: "falta d’água". "Na Alemanha, todos bebem água com gás e é muito difícil encontrar água sem gás. No primeiro tempo técnico que pedimos, na primeira partida, pegamos a água e só ao beberem que elas perceberam... Passamos os dois primeiros jogos sem beber água, e só no segundo dia de competição que levamos água sem gás comprada no supermercado", contou.

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