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Paris – O tempo é cruel. Dez anos depois da primeira conquista de Gustavo Kuerten em Roland Garros, não é mais possível seguir os passos dados pelo tenista brasileiro em Paris. Seu hotel, o Mont Blanc, não existe mais. Deu lugar ao Hotel Port de Versalles, ainda um duas estrelas, mas completamente reformulado, com luxos como tevês com tela de LCD nos quartos. E o apartamento número 5 que Guga ocupou é hoje bem amplo, com banheiros de mármore, frigobar etc.

O restaurante Victoria, onde todas as noites o tenista pedia um espaguete, mudou de dono. Seu então cozinheiro, o italiano Silvano, abriu uma casa ao lado e ainda guarda como um troféu fotos de Guga. Até mesmo a quadra em que Kuerten fez sua estréia diante do tcheco Slava Dosedel, desapareceu – deu lugar ao edifício do centro de tevê do torneio.

Único brasileiro a vencer o torneio – repetiria o feito em 2000 e 2001 –, Guga relembra os passos que o levaram ao título.

Se fosse um documentário, como seria mostrada a sua chegada a Paris no verão de 1997?

Essa pergunta está parecendo meio dramática (risos)... Me lembro que a gente chegou bem entusiasmado, feliz e esperançoso por um bom resultado. Mas não esperava que fosse ser campeão.

O que o Larri dizia?

O Larri enfatizava muito a agressividade. Ele trabalhou muito a cabeça, a parte da confiança. Ele fez com que eu não me desse por contente com alguma vitória ou resultado que eu tivesse tido até certa fase do torneio.

Em 2001, no tri, você ganhou confiança depois de virar o jogo contra o (norte-americano) Michael Russell. E em 1997, como foi enfrentar o Thomas Muster (austríaco número 1 do mundo e vencedor em 1995)?

A vitória sobre o Muster, assim como a do Russell em 2001, abriu o caminho para o título. Dos três jogos que fiz de cinco sets naquele ano em Paris, o jogo contra o Muster talvez tenha sido o mais difícil de todos. Chegou um momento em que eu achei que não fosse agüentar o desgaste físico.

Quais as maiores lembranças daquele primeiro título?

Era tudo muito novo para todo mundo. Começo a pensar e posso ficar falando um tempão de cada jogo. É difícil dizer um jogo, uma coisa. Tenho de falar do jogo do Bruguera porque foi a final. Mas o mais marcante acho que foi o contra o Muster mesmo.

Quais os seus planos?

Estou trabalhando para tentar recuperar a força na perna, para poder competir em alto nível. Minha idéia continua sendo disputar o circuito e tomara que no ano que vem eu possa jogar em Roland Garros.

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