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O erro de Márcio Rezende de Freitas na partida entre Corinthians e Inter no Pacaembu, sábado, ao não marcar pênalti de Fábio Costa em Tinga reacendeu a polêmica sobre os erros da arbitragem. Dois dias depois, na África do Sul, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, foi a público dizer que as pessoas devem se acostumar com os erros e que é contra o uso de tecnologia no futebol para ajudar os juízes.

Márcio pediu desculpas após ver pela televisão que houve o pênalti. A torcida colorada pouco se importou com o pedido, já que o Timão venceu por 2 a 1 em uma partida que pode ter decidido o Brasileirão. OGloboEsporte.comouviu jogadores e técnicos envolvidos no Brasileirão sobre a polêmica. Afinal, os erros fazem parte do esporte ou atrapalham e devem ser combatidos? Blatter tem razão ao dizer que esta é a graça do jogo?

A maioria dos consultados apóia a opinião do presidente da Fifa. Para o técnico do Vasco, Renato Gaúcho, por exemplo, o que deve haver é maior fiscalização sobre os árbitros e punições severas quando errarem.

- Está bom assim. O futebol não precisa de quinhentas inovações tecnológicas. Daqui a pouco tem rôbos dentro de campo em vez de jogadores. Os árbitros é que precisam se preparar mais. Não adianta ficar pedindo desculpa. Isso não traz o resultado de volta - disse.

No Flamengo, o treinador Joel Santana achou absurda a posição de Blatter, pois acha que os erros atrapalham o jogo.

- Essa história de que o erro é a graça do futebol é complicado. Se for igual àquele erro do jogo entre Inter e Corinthians é brincadeira. Não tem como ter graça ou discussão. Não podem existir erros absurdos - afirmou.

O palmeirense Leão diz que tem muitos casos na memória. O treinador contou que contra a Ponte Preta, no último domingo, ficou chocado em um lance do árbitro Giulliano Bozzano.

- No pênalti, o jogador da Ponte colocou a bola no chão, caminhou até ela e bateu sem o juiz apitar. Eu estava olhando para o Marcos e vi que, depois da cobrança ele estava com o braço levantado. Pensei: "Pra quem ele tá dando tchau?" Depois ele veio me dizer que o árbitro não apitou antes da cobrança e, quando foi reclamar, teve que ouvir o seguinte: "Você não ia pegar mesmo..." Isso é a arbitragem no Brasil - reclamou.

Confira mais opiniões sobre a utilização de recursos eletrônicos:

SANTOS - Serginho Chulapa (técnico): "Poderiam até tentar usar esses recursos, mas eu acho que não vai adiantar muito. O jogo vai ter de parar toda hora, pois erros de árbitros acontecem direto".

Mauro (goleiro): "Eu sou contra. Os erros fazem parte do jogo. Goleiro engole frango, atacante perde pênalti e o juiz erra. Isso tudo faz parte".

FLAMENGO - Kléber Leite (ex-presidente e atual coloborador): "A tecnologia deveria ser utilizado em todos os jogos. Não adiante usar apenas no Vasco e Flamengo, no Maracanã, e não utilizar no Olaria e Americano, em Campos. Não seria justo. Acho que deveria ser usada, sim. Mas em todos os jogos de um campeonato."

CORINTHIANS - Gustavo Nery (lateral-esquerdo): "É difícil comentar. Acho que não deve usar porque não dá para voltar atrás nas decisões".

FLUMINENSE - Abel (técnico): "Sou contra. Robotizaria o futebol, que é feito de erros e acertos. Se deixar de ter isso, perde a graça. Daqui a pouco vão querer colocar um chip na perna do jogador para melhorar o chute. O futebol não é isso. Já passei por uma situação que poderia ter mudado com os recursos. Quando ainda era jogador, estava no Famalicão, e disputamos as quartas-de-final da Taça de Portugal com o Porto. Estava 0 a 0, quando o Domingos fez umgol, mas a bola saiu pela linha de fundo em seguida, e o auxiliar não deu o gol. Fomos eliminados da competição, e se tivesse o recurso da bola eletrônica, teríamos vencido".

BOTAFOGO - Scheidt (zagueiro): "Os erros fazem parte do futebol. Eu erro, o atacante erra e o árbitro também. Todos têm o direito de errar. A magia do futebol está nso erros. Os gols saem sempre deles. Sou contra o uso de tecnologias no futebol. Um dia ficará tudo robotizado e sem graça. Foram tantos erros contra mim que fica difícil destacar um especial".

Alex Alves (atacante): "Acho legal o uso de tecnologias no futebol para os erros diminuírem. Existem erros que ninguém percebe na hora, mas que com o uso de televisão, telão, chips ou qualquer outro tipo de coisa poderiam ser corrigidos. Até mesmo uma agressão longe de onde está a rodada pode ser vista, como foi feito com o Felipe neste ano".

Ramon (meia): "A tendência é a inclusão do uso de tecnologia no futebol. É a ordem natural das coisas. Não temos de ser a favor ou contra. Todos estamos sujeitos aos erros e se tivermos como diminuí-los o esporte ficará cada vez melhor. Um erro contra o time que eu defendia e que não esqueço até hoje foi na final do Campeonato Brasileiro de 97. Eu estava no Vasco e o Pimentel, Palmeiras, me puxou dentro da área e o árbitro não marcou pênalti. Felizmente o jogo terminou 0 a 0 e ficamos com o título".

PALMEIRAS - Leão (técnico): "Não sei se ajudariam ou atrapalhariam. Claro que tiraria as dúvidas de alguém bem-intencionado que tivesse cometido um erro. Isso acontece. Mas e se quem fosse analisar o videotape fosse mal-intencionado? A dúvida persistiria e haveria mais confusão. Sinceramente, acho que é melhor deixar como está. Pelo menos sabemos de onde vem o problema."

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