• Carregando...
Ney Franco, técnico do Coritiba, abdicou dos cálculos e disse que agora a hora é de vencer, não de procurar explicações | Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo
Ney Franco, técnico do Coritiba, abdicou dos cálculos e disse que agora a hora é de vencer, não de procurar explicações| Foto: Rodolfo Bührer/ Gazeta do Povo

28 mil no Couto

O Coritiba já tem garantido o apoio de 28 mil torcedores para o jogo de domingo, contra o Fluminense. Esta marca foi garantida ontem, com o esgotamento dos ingressos de arqui­bancada (fora os só­cios, que têm acesso assegurado ao estádio). O preço promocional de R$ 5 para o setor atraiu os coxas às bi­lhe­­­terias, provo­­cando longas filas que iam da Rua Mauá até a chur­­ras­caria anexa ao Couto Pereira, na Uba­l­­­dino do Amaral. Hoje seguem as vendas para os setores Mauá e sociais.

2+2=5

A matemática de Ney Franco para ficar na Série A não tem dado certo.

O que Ney disse: "100% nos próximos três jogos já nos tira da zona de rebaixamento. Aí sim podemos pensar na Sul-Americana de novo." (14/8, após a derrota para o Vitória, pela Sul-Americana). O que aconteceu: O time venceu duas e saiu da ZR, a dois pontos do 17º.

O que Ney disse: "A ideia é dar um choque para em cinco ou seis rodadas sairmos da zona de rebaixamento." (16/8, véspera do jogo contra o Fluminense). O que aconteceu: Ao fim das seis rodadas, o time manteve-se em 15º lugar, três pontos à frente do 17º.

O que Ney disse: "Serão três partidas em casa e uma fora. Se tivermos competência para atingir essa meta que traçamos, no futuro nossa equipe pode estar trabalhando ali entre os cinco, seis primeiros. De repente dá até para lutar por uma vaga no G4." (11/9, antes de enfrentar Corinthians, Flamengo, Náutico e Inter). O que aconteceu: Somou 7 pontos e abriu 5 da ZR. O G4 jamais esteve perto.

O que Ney disse: "Está na hora de virar a chave e começar a falar de Sul-Americana." (26/10, após o 3 a 2 no Atletiba). O que aconteceu: A chave segue ligada na fuga do rebaixamento.

O que Ney disse: "Cálculos apontavam 45, mas creio que com 43 escapa." (1º/11, antes de pegar o Vitória). O que aconteceu: Com 44 pontos, ainda não escapou.

O que Ney disse: "Esses cálculos... Já erramos tanto. No começo eram 42. Depois, passou a 44. Agora que chegamos, não adianta mais. O negócio é vencer o Santos, chegar a 47 pontos e torcer que com 47 se salve." (22/11, véspera do jogo com o Santos). O que aconteceu: Perdeu para Peixe e Cruzeiro. Se bater o Flu, faz 47 e escapa.

O primeiro discurso de Ney Franco ao chegar no Coritiba, em agosto, foi otimista: o técnico disse que precisaria de três jo­­gos para tirar o Alviverde da zona de rebaixamento. O cálculo deu relativamente certo, e à medida que a equipe começou uma tímida recuperação, as estimativas foram ficando mais ou­­sadas.

Nas derrotas, os problemas eram empurrados com a barriga. Nas vitórias, todos se empolgavam. Ao cúmulo de, em certo momento, o risco de rebaixamento ser deixado de lado, a Sul-Americana virar objetivo e até a Libertadores aparecer no discurso coxa.

Mas 19 rodadas depois da chegada do comandante o so­­nho passou longe da realidade. A ponto de, na última partida do clube em 2009, a única chance de o time não enterrar completamente o ano centenário ser ficar na Série A.

"Em alguns momentos você faz um planejamento, acha que vai acontecer algumas coisas e elas não acontecem. Tem coisas no futebol que você tem controle, tem outras coisas que você não tem. Nós tivemos um momento dentro da competição onde estávamos com cinco pontos de distância da zona de rebaixamento, com possibilidade real de abrir oito. Mas isso não aconteceu", afirma Ney Franco, que evita justificativas e análises do que passou. "Não é hora de procurar explicação. Não temos nem mais um jogo fora de casa e prefiro pensar no retrospecto em casa... Temos de trabalhar em cima da verdade, da realidade. A realidade do Coritiba hoje é que tem de jogar domingo e vencer o Flu­­minense."

Se o treinador prefere, com razão, manter o foco no único fator positivo 2009 – a união en­­tre time e torcedor –, os atletas não têm problemas em reconhecer que foi o desempenho fora de Curitiba o causador de toda a dor de cabeça. Destruiu não somente a campanha do Alviverde, mas também os prognósticos.

"O problema foi os pontos perdidos longe do Couto Pereira. Foram muitos pontos. No segundo turno não vencemos nenhuma. Aí fica difícil. Um time que quer conquistar alguma coisa não pode ficar sem vencer fora", afirma Leandro Donizete.

Outro motivo apontado para o furo nos cálculos é o crescimento de times que es­­tão atrás. Isso se re­­flete perfeitamente nas estimativas feitas e refeitas du­­rante todo o pe­­ríodo.

"A gente tem de ver também a situação do Flu­­minense que cresceu. Com seis vitórias consecutivas em um campeonato tão equilibrado tem de tirar o chapéu. Em princípio a margem era 42 pontos, depois 43, agora está subindo", analisa o zagueiro Pereira que também não foge de responsabilidade: "Mas o campeonato é equilibrado mesmo. E nós pecamos muito fora de casa, não conseguimos nem nos defender bem nem atacar bem. Daí fica difícil", acrescentou o jogador.

Visita à CBF

O presidente Jair Cirino, foi on­­tem à CBF pedir atenção total a co­­missão de arbitragem para a partida entre Coritiba e Flu­­mi­­nense. O dirigente teria sugerido alguns nomes que considera acima de suspeita. "Queremos gente com experiência, de preferência da Fifa", disse Cirino, que pediu o encontro como precaução. "Apenas temos de tomar nossas cautelas."

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]