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O presidente da FIA Max Mosley (centro), o presidente da Ferrari Luca di Montezemolo (dir.) e o detentor dos direitos comerciais da F-1 Bernie Ecclestone na “reunião da paz” | Gareth Watkins/AFP
O presidente da FIA Max Mosley (centro), o presidente da Ferrari Luca di Montezemolo (dir.) e o detentor dos direitos comerciais da F-1 Bernie Ecclestone na “reunião da paz”| Foto: Gareth Watkins/AFP

Paris - A disputa política que ameaçava o futuro da Fórmula 1 chegou ao fim ontem. Depois de uma longa novela, a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e a associação das equipes (Fota) chegaram a um acordo. Assim, foi descartada a ideia de realizar um campeonato paralelo em 2010, como as escuderias chegaram a anunciar na semana passada, e tudo continuará como antes na categoria.

O acordo começou a ser costurado na noite de terça-feira, um dia antes da reunião do Conselho Mundial da FIA, ontem, em Paris, quando Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari e da Fota, encontrou-se com Bernie Ecclestone, detentor dos direitos comerciais da Fórmula 1, e lhe disse: "Qualquer possibilidade de entendimento passa, necessariamente, pela saída de Max Mosley da presidência da FIA."

Ecclestone, que no último fim de semana, em Silverstone, já havia compreendido o recado da Fota, ainda que não nessa forma direta, convenceu Mosley de que seu regulamento para 2010 e a sua permanência na FIA significariam o fim da Fórmula 1. Também pediu a alguns membros do Conselho Mundial próximos a Mosley que o convencessem da importância de desistir de continuar na presidência.

Diante da solicitação geral, Mosley concordou em sair de cena. O passo seguinte, então, foi encontrar uma saída honrosa para o dirigente inglês que preside a FIA desde 1993. "Agora que há paz na Fórmula 1, digo que não mais concorrerei em outubro para novo mandato", explicou ele, com o discurso bem ensaiado.

Tudo o que Mosley queria para a Fórmula 1, como o polêmico limite orçamentário de 40 milhões de libras que ele conseguiu aprovar no Conselho Mundial no dia 29 de abril, caiu por terra. Em resumo, foi uma derrota humilhante do presidente da FIA, vencido pela união e força das equipes que compõem a Fota – Ferrari, McLaren, Renault, BMW, Red Bull, Toro Rosso, Brawn GP e Toyota.

Assim, essas oito equipes, além das dissidentes Williams e Force India e das novatas Manor, Campos e USF1, irão disputar a Fórmula 1 em 2010, sem qualquer campeonato paralelo. E as regras serão as pretendidas pela Fota, sem teto orçamentário, mas com redução de custos – o pacote ainda será anunciado. Mosley, por sua vez, permanecerá até o fim do mandato, em outubro.

Montezemolo fez outra exigência para a paz: "Assinar já a extensão do Acordo da Concórdia". O que também acabou sendo aceito. Isso, inclusive, retira do presidente da FIA a prerrogativa de fazer o que bem entender com a Fórmula 1. Ou seja, as mudanças na competição voltam a ser discutidas entre as equipes, pilotos, promotores, patrocinadores, Ecclestone e a própria FIA.

"Chegamos a algo que atende aos interesses de todos. As regras serão as deste ano, ou seja, teremos estabilidade, fundamental para conter despesas", afirmou Montezemolo, que, para ser bem político, enalteceu a contribuição de Mosley para a Fórmula 1. Na saída da reunião do Conselho Mundial, o presidente da FIA, responsável direto pela crise que se arrasta pelos últimos meses, comentou: "Estou feliz porque irá se gastar bem menos dinheiro". E Ecclestone, o articulador principal do acordo, limitou-se a dizer: "Estou feliz".

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