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As lágrimas de uma torcedora marcaram a derrota do Coritiba para o Corinthians. Veiculada no Fantástico e no Camisa 12 domingo à noite, e reprisada nos telejornais de esportes no dia seguinte, a imagem correu o país e tornou-se símbolo do momento vivido pelo clube. Apoiada no ombro de uma amiga, Débora Inácio chorava. Mas não de tristeza. Por amor. Seu time do coração não tinha forças para reagir, mesmo com o apoio de 28 mil pessoas nas arquibancadas. O resultado de 1 a 0 para o adversário deixava o Coritiba pela primeira vez na zona do rebaixamento neste Campeonato Brasileiro, faltando apenas quatro rodadas para o encerramento.

Doeu, mas passou. Agora, a jovem de 19 anos, estudante de Jornalismo, quer ver a torcida do Coxa com o sorriso no rosto para apoiar a equipe contra a Ponte Preta, hoje, às 20h30, no Couto Pereira. Ela reconhece que não há motivos para alegria, muito pelo contrário. Mas assim como contra o Timão, o momento é de ajudar. "É hora de muita esperança. A torcida tem de ir ao estádio e apoiar", disse, convocando a galera. E o apoio está praticamente garantido. Afinal, quem comprou entrada para a última partida levou também para hoje à noite.

Com a vitória sobre o time campineiro, será a hora de partir com tudo para cima de Atlético-MG, dia 20, e São Caetano, dia 27, ambos adversários diretos na fuga da Segunda Divisão. "A diretoria está planejando e nós devemos invadir São Caetano do Sul para apoiar o time. Até lá a situação será outra, tenho certeza", acredita Débora.

Exemplo

Alçada a símbolo do momento alviverde no Orkut (rede de relacionamentos na internet), Débora não gosta muito da fama conquistada involuntariamente, graças ao flagra de um cinegrafista. "Eu preferia ter aparecido num momento melhor, com uma vitória do time. Mas infelizmente não foi assim".

E sobre a possibilidade de o Coritiba não escapar da degola – e tornar-se o retrato de uma das maiores tristezas da história do clube –, Débora não quer nem pensar. "Não penso nisso, pois o Coxa não vai cair", desconversa, confiante. Para tanto, basta que os jogadores espelhem-se no amor da massa alviverde, o que, segundo ela, anda em falta. "É preciso que os atletas dêem valor ao sentimento da torcida. Parece que eles não têm amor", reclama.

Ao contrário do que possa parecer, é muito difícil flagrar os olhos castanhos da coxa-branca cheios de lágrimas. Filmes, músicas, despedidas, nem brigas com o namorado são capazes de fazê-la chorar. Muito menos os cruzamentos dos laterais ou as furadas do ataque alviverde. A emoção foi tanta que não deu pra segurar. "Não sou chorona. A situação do clube me deixou daquele jeito", revelou Débora.

Os motivos são muitos, porém, não é hora de cobrar. Para a "dura na queda" do Alto da Glória, ano que vem a diretoria terá de tomar providências sérias, como reformular praticamente todo o elenco, aproveitando o alívio nas dívidas proporcionado pela gestão de Giovani Gionédis.

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