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Interseleções em Guaratuba reuniu mais de 50 equipes do Paraná e Santa Catarina | Felipe Lessa/Gazeta do Povo
Interseleções em Guaratuba reuniu mais de 50 equipes do Paraná e Santa Catarina| Foto: Felipe Lessa/Gazeta do Povo

Paranaguá - Quando a seleção de bolão do Iate Clube de Guaratuba venceu o 15º Campeonato Interseleções, no masculino e feminino, outras 52 equipes de Paraná e Santa Catarina não guardaram ressentimentos. O torneio disputado na casa dos campeões acabou sábado e, independente de resultados, já havia previsão de término com festa.

"Esse é o espírito do jogo. No final de cada Campeonato Interseleções, existe uma grande confraternização na qual todos os participantes devem comparecer uniformizados, para celebrar uns com os outros", conta a organizadora do torneio, Terezinha Wolski, 76 de idade, desde 1969 admiradora e jogadora.

"O esporte é uma prática de família e que tem o intuito de propagar a amizade. Já houve seleção campeã proibida de se inscrever no torneio por não ter participado da festa", explica Deborah Wolski, filha da organizadora e que também joga bolão nas horas de lazer. "Por influência de minha mãe, que logo quando menina me presenteou com uma bola", completa ela, que hoje tem 45 anos.

Milton Stessatto, 36, foi um dos 540 atletas que aproveitaram o clima de amizade do campeonato para se deslocar de suas casas ao clube do litoral paranaense. Junto de outros nove atletas da seleção de Palotina, oeste do Paraná, formou uma caravana composta por três carros e encarou 1.400 km de ida e volta.

Aos olhares dos leigos, o bolão é igual ao boliche. No entanto, para os praticantes, a comparação não é vista com bons olhos. "Parece similar, mas um não tem muito a ver com o outro. Jogar em um time de bolão é o mesmo que fazer parte de uma família. As regras, os torneios e os climas são determinantes para tal conceito", explica Osires Camargo, 69 anos, praticante desde os 22.

Segundo ele, que foi o primeiro treinador do time masculino da história do Iate Clube de Guaratuba na modalidade, 15 anos atrás, as diferenças vão além das da pista e do número de pinos. "Existem campeonatos, de federação inclusive, onde a disputa é entre casais. E só compete for casado no papel. Coisa assim, só no bolão", brinca ele, que com sua esposa, Maureen Gunha da Cruz, 61, já levantaram a taça de campeões brasileiros nesta categoria.

César Coelho Feres, 64, complementa. "Quando comecei a jogar bolão, em 1982, foi por acaso. Meu irmão havia me convidado, mas eu não queria me misturar nessa turma de velhos. Também não tinha tênis, nem bola para jogar. E não é que o pessoal me deu uma bola e emprestou um calçado. Joguei pela generosidade, não resisti e até hoje estou nessa", conta, fazendo questão de ressaltar: "O bolão é o mais querido esporte do mundo. Seu espírito é incomparável".

Origem na Alemanha

Esporte de origem germânica, ainda considerado amador. Chegou ao Brasil junto com os imigrantes alemães e sua prática é difundida principalmente na região sul do Brasil, onde estima-se existência de 50 mil praticantes. O objetivo do jogo é arremessar uma bola que varia entre oito e 11 quilos para derrubar os nove pinos presentes no fim da pista, que diferente da do boliche, é composta por uma elevação em seu meio, chamada de prancha. Entre os participantes das edições do 15º Interseleções de Guaratuba, atletas com idades variadas entre 16 e 75 anos de idade.

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