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Cerca de 130 mil pessoas devem acompanhar os quatro eventos simultâneos da semana |
Cerca de 130 mil pessoas devem acompanhar os quatro eventos simultâneos da semana| Foto:

Prova fora da temporada reaquece o movimento no litoral

Para a cidade de Matinhos, o Sesc Triathlon de Caiobá é bem mais do que uma prova com 720 competidores que correm (10 km), nadam (1,5 km) e pedalam (40 km). É a chance de recriar, fora da temporada, a movimentação comercial dos fins de se­­mana de dezembro até o carnaval.

Tanto que foi exatamente por esse motivo que, neste ano, a pro­­va será realizada um mês diferente do habitual. Normal­­mente disputada na primeira semana de fevereiro, em 2010 a disputa está marcada para o dia 7 de março, próximo domingo.

"A mudança ocorreu por um pedido da comunidade local, para fomentar o comércio da re­­gião depois da temporada", afirma Vinícius de Mello, um dos coordenadores da prova.

Mello estima que trabalharão na prova cerca de 800 pessoas. Além disso, são mais 720 atletas e seus familiares. A quan­­tidade pode parecer pe­­quena para lotar o litoral do es­­tado, mas nas contas do Sin­­di­cato de Bares, Hotéis e Similares do Litoral Paranaense (Sindili­­to­ral) é mais do que suficiente para aumentar o lucro do co­­mércio em algo em torno de 30%.

"O total de pessoas envolvidas indiretamente no evento deve chegar aos 3 mil. Mas, indi­­re­­tamente, esse número deve ser dez vezes maior", explica José Carlos Chi­­carelli, o presi­­den­te do Sin­­dilitoral.

Estimando mais 30 mil pessoas no litoral no próximo fim de semana em virtude do Sesc Triathlon, Chicarelli aposta em uma injeção de R$ 4,8 milhões no comércio local. E o principal setor a se beneficiar deverá ser o hoteleiro.

"Na temporada a ocupação dos hotéis e pousadas foi muito abaixo do esperado, cerca de 20% apenas. Mas no fim de semana da prova esse índice de­­­verá chegar no mínimo aos 80%", diz, esperançoso.

Polícia

Além de ocupar os hotéis e movimentar o comércio do litoral, a competição também contribuirá para esvaziar o QG da PM em Curitiba: para lá será en­­viado boa parte do batalhão de trânsito da capital.

No próximo fim de semana, o QG central da Polícia Militar estará literalmente vazio. Com a confirmação de quatro grandes eventos esportivos em Curi­­tiba, região e litoral, a corporação será obrigada a colocar todo o seu efetivo da capital na rua. Não escapará nem mesmo o setor administrativo, que já foi convocado para o serviço. E, de antemão, as folgas de domingo do pessoal já foram suspensas.Todos os policiais da cidade (o número total é mantido em sigilo pela PM, mas estima-se que seja por volta de 3.500) de­­verão ser deslocados para garantir a segurança do Rali Inter­­nacional de Curitiba, o WTCC, o Sesc Triathlon de Caiobá e o clássico Atletiba.

Juntas, as quatro competições reunirão um público de cerca de 130 mil pessoas. Mas, curiosamente, a maior parte do policiamento deverá ficar concentrada na menor delas, a partida entre Atlético e Coritiba, válida pela 10.ª rodada do Cam­­peonato Paranaense.A expectativa é de que os torcedores presentes na partida seja pouco mais do que 15% do total da soma dos quatro públicos, e fique próximo das 20 mil pessoas. Mas pelo histórico do confronto e os recentes ocorridos, a preocupação é redobrada.

"Nas corridas, assim como no triatlo, as pessoas vão assistir com um instinto diferente de um jogo de futebol, principalmente um Atletiba", justifica o capitão Neto, da comunicação social da PM. Ele se desculpa com a corporação pelo reboliço que a ampla movimentação esportiva fará com a escala do pessoal. "Esse fim de semana sentimos muito, mas não haverá folga."

Se o foco da polícia no próximo domingo estará no Água Verde, nas proximidades da Are­­na e terminais de ônibus, o da prefeitura de Curitiba se voltará, com entusiasmo, para as duas corridas internacionais que estarão sediadas, curiosamente, em Pinhais. Basica­­men­­te, a importância do clássico para a cidade ficaria diminuída pois o público que estará presente no estádio não gera quase nenhuma renda direta ao município – será formado basicamente por pessoas que moram na capital.

Já as duas provas de velocidade, apenas com o staff envolvido nos eventos, dará um retorno direto ao município de cerca de R$ 9 milhões.

A conta é feita baseada no fluxo de pessoas, tempo de permanência e o gasto médio diário. Contudo, no rali a soma não leva em conta o número de turistas, o que pode aumentar ainda mais a estimativa.

"Imaginamos que muitas pessoas venham de fora para assistir a prova, mas infelizmente não conseguimos saber ao certo quantas, pois o público fica espalhado por vários lo­­cais", afirma Marcola, o organizador da corrida na terra.

Mais fácil de mensurar e com importância redobrada para o turismo de Curitiba é o retorno de mídia espontânea dos eventos internacionais. Por eles, na semana que começa a cidade aperecerá no mundo todo sem que a direção municipal tenha grandes gastos.

"É o que mais interessa nesses eventos, divulgar Curitiba em locais que não temos acesso. Se fôssemos fazer uma divulgação igual, com certeza não teríamos essa verba", explica Julia­­na Vosnika, presidente do Instituto Municipal de Turismo.

Para se ter uma ideia, a média de espectadores por prova do WTCC no ano passado foi de 30 milhões, em pesquisa realizada em 32 países – 77% desse público é da Europa. No caso do Rali, essa estatística não existe, mas o retorno de mídia espontânea no ano passado foi calculado em R$ 13,5 milhões – R$ 4,8 milhão por matérias que são feitas, publicadas e mostradas no Brasil e R$ 8,7 milhão relativo ao que sai no estrangeiro.

"É uma visibilidade quase como a da Fórmula 1", afirma Au­­gusto Farfus, organizador do WTCC no Brasil, competição que conta com a participação de seu filho, o paranaense Augusto Farfus Júnior.

Especificamente nesta semana esses olhares estarão voltados para o mesmo lugar. En­­quan­­to o WTCC ocorre no circuito do Autódromo Interna­­cional de Curitiba, em Pinhais, é de lá também que ficará a base do Rali Internacional, e para onde estão previstas a largada e a chegada da prova.

Marcola define: "Vai virar uma minicidade".

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