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Saiba quem são os paranaenses na delegação brasileira no Pan de Guadalajara |
Saiba quem são os paranaenses na delegação brasileira no Pan de Guadalajara| Foto:

Edição 2011 valerá poucas vagas olímpicas

Atrair anunciantes e verba em patrocínio serão a principal função do Pan-Americano de Guada­­lajara para os brasileiros. No discurso do Comitê Olímpico Bra­­sileiro (COB), a competição visa à conquista do máximo de vagas para a Olimpíada. Mas apenas em 12 das 40 modalidades a disputa é classificatória para Londres 2012.

A competição das Américas ocorre mais tardiamente que o habitual – outubro, em vez de julho – e conflita com o calendário de diversas competições mundiais, o que deixou muitos atletas em dúvida sobre sua participação no México. Mas como medalhas são um dos argumentos do COB e das confederações para negociar contratos de patrocínio, o país vai com força máxima. Assim, ginástica olímpica, judô, natação e atletismo levarão seus principais atletas para competir em Guadalajara.

Mas, mesmo com estrelas olímpicas como Cesar Cielo e Maurren Maggi, o Brasil dificilmente igualará ou superará seu melhor de­­sempenho no evento, em 2007 (o 3.º lugar geral, com 161 medalhas, 54 ouros, 40 pratas, 67 bronzes), no Rio de Janeiro, reconhece o chefe da missão brasileira e o ex-jogador de vôlei Bernard. "Histori­­camente, o melhor resultado de um país se dá competindo em casa", diz.

"O Pan é onde poderei ser vista. Para crescer tecnicamente, não é a melhor competição porque disputo apenas em equipe", diz a curitibana Amanda Netto Simeao, 17 anos, que compete na esgrima em sua estreia em Pan. (AB)

  • Emanuel (vôlei de praia), Tupã (handebol) e Gregolry Pa­­nizo (ciclismo) são alguns dos destaques do Paraná na de­­le­­gação brasi­­leira que vai ao México
  • Tupã - handebol
  • Gregolry Pa­­nizo - ciclismo

"Quantos paranaenses vão estar em Guadalajara? Uns 40? É muito pouco..." A constatação é do curitibano Emanuel, campeão olímpico em Atenas-04 no vôlei de praia, e que tenta o bicampeonato nos Jogos Pan-Americanos, no México, com início daqui a 19 dias (14 de outubro).

Dos 524 atletas do país que vão disputar 40 das 46 modalidades, apenas 34 são nascidos no estado (a relação ainda não está fechada). Destes, conforme levantamento da Gazeta do Povo, 16 embarcam com chances de pódio.

Na proporção, os "pratas da casa" representam 6,5% da delegação, aumento pouco significativo em relação à equipe do Rio, em 2007, que foi de 6,2% (com 41 atletas locais, em um total de 659 esportistas). Número singelo para a 5.ª federação mais rica do país.

A renovação serve como atenuante. Estima-se que haverá 18 estreantes do estado na competição, 52% de caras novas em relação à jornada carioca há quatro anos. Mas é justamente nesse quadro que se revela o ponto crítico do esporte local: os novos talentos têm de buscar outras moradas para seguir em ascensão.

Da lista total com 34 nomes, somente 9 treinam na terra natal – porcentual assustador de 26,4%. O êxodo é a única saída para seguir competindo.

É o caso da ala/pivô Fran, do basquete. Ela deixou Jacarezinho aos 14 anos para treinar em São Paulo, antes de se transferir para a Es­­pa­­nha. O nadador Henrique Rodri­­gues migrou aos 15 para Minas Gerais e São Paulo em busca de me­­lhores condições para baixar seus tempos. Na esgrima, o único incentivo de Amanda Simeão e Christine Botros vem dos bolsos da família e do Bolsa Atleta, programa federal. Todos vão estrear em Pan-Ameri­­canos.

A falta de verba para os atletas no Paraná, especialmente na transição das categorias de base para as equipes adultas, é discurso comum entre atletas e dirigentes. O chefe da equipe de esgrima no Pan, o técnico curitibano Giocondo Cezar Cabral, lamenta a parca representatividade no âmbito nacional. "Perdemos para estados com muito menos expressividade porque, sem incentivo, talentos desistem do esporte para seguir carreiras tradicionais."

Já o ex-canoísta e chefe de equipe em Guadalajara, o argentino radicado em Londrina, Sebastián Cuattrin, vê um futuro promissor para alto rendimento esportivo do Paraná em médio prazo.

"Na canoagem, o estado tem projetos municipais completando uma década e já com bons resultados, de onde vieram os três paranaenses no Pan. Este ano, firmamos parceria com o BNDES [Banco Na­­cional de Desenvolvimento Eco­­nômico e Social], o que deve resultar em mais talentos entre seis e oito anos", diz.

"Há projetos públicos, como o Top 2016 [do governo estadual] co­­meçando agora para compensar a deficiência em manter os atletas treinando no estado. Infelizmente, o primeiro passo tem de ser do po­­der público para incentivar a iniciativa privada", endossa Emanuel.

Por enquanto, caberá às figuras carimbadas formar uma imagem de sucesso regional no esporte. Emanuel, a lutadora do tae kwon do, Natalia Falavigna e os multicampeões do vôlei Giba e Mari carregam a obrigação de triunfo em solo mexicano – com grandes chances de pódio na Olimpíada de Londres, evento para o qual o evento continental é preparatório.

Há outros paranaenses que também vão para brilhar em Gua­­da­­lajara, mas que dificilmente terão condições de serem protagonistas na Olimpíada de 2012, pela forte concorrência com atletas e times europeus.

É o caso da ginasta rítmica de To­­ledo, Angélica Krvieczynski, do ciclista Gregolry Panizo e dos atiradores Rodrigo Bastos e Wilson Zocolote, e dos veteranos do handebol, Léo e Tupan – ao lado de dois paranaenses novatos no time, Japa e Teixeira. O time masculino busca o tricampeonato na competição e a vaga olímpica.

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