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Fraqueza, diarréia e vômitos: nos últimos jogos, a causa dos desfalques rubro-negros é bem incomum à medicina esportiva. No lugar das pernas, o local atingido é o estômago.

Antes das partidas contra o São Caetano e Paysandu, vários jogadores do Atlético trocaram as quatro linhas do gramado pelo banheiro. A lista inclui Paulo André, Finazzi e Evandro – o último nem embarcou para Belém, onde o time perdeu para o lanterna da competição por 2 a 1 e, do Aeroporto Afonso Pena, foi levado direto para o Hospital Vitta. Já o meia Cléverson entrou em campo no sábado, sentiu tonturas e 17 minutos depois teve de ser substituído.

Na versão oficial, os atletas teriam sido acometidos por uma virose. Mas o departamento médico do clube garante que irá investigar melhor o ocorrido. "Parecem ser coisas diferentes, pois um teve diarréia de viagem e outro foi aqui (Evandro). Mas vamos investigar", afirma o chefe do DM rubro-negro, Paulo Brofmann, que não soube detalhar os problemas, pois está de licença. Murilo Ribas, que assumiu o departamento interinamente, não foi encontrado pela reportagem.

Hoje, às 7 horas, o elenco se reapresenta de jejum, no CT do Caju, para coletar de sangue. De acordo com o clube, no entanto, o exame seria de rotina e não teria ligação com os recentes distúrbios estomacais.

Está não é a primeira vez no ano que o elenco sofre com o problema. A primeira "epidemia" no Furacão ocorreu ainda no Paranaense, quando o então técnico Casemiro Mior estava no comando e a equipe vinha pressionada pelas más apresentações. Marcão, Aloísio e Jancarlos tiveram diarréia – Rodrigo Almeida também sofreu um pouco depois, já com Lopes no comando.

A coincidência sobre o contexto dos dois momentos ganha força nos bastidores do clube, tendo como causa uma possível conseqüência da pressão por vitórias e recuperação na competição. Agora, o Atlético vem de duas derrotas, e antes da partida no ABC, quando o zagueiro Paulo André não pôde atuar pelos mesmos problemas estomacais, a defesa era o setor da equipe mais cobrado pelo treinador.

O preparador físico Riva de Carli não compartilha da opinião e tem outra teoria. "Não creio que seja psicológico, pois o grupo está bem no dia-a-dia. Você vê a rapaziada alegre. Mas pode ser o desgaste. Some a Libertadores, com horas e horas em avião, e agora a seqüência de jogos. Só em julho foram nove partidas disputadas. A resistência pode estar baixa."

A cobrança demasiada de Lopes também poderia ser o motivo de um possível corpo-mole. Segundo fontes, alguns atletas estariam insatisfeitos com a maneira dura do técnico chamar a atenção sobre os erros individuais depois das partidas, ainda no vestiário. Sobre o assunto, o capitão Marcão sai em defesa do comandante.

"Futebol é feito de cobrança. Até nas vitórias, o mais importante é analisar os erros para depois se corrigir. A vida de jogador é assim, e o cara tem de se acostumar com isso. Não pode se deixar abater."

Borba Filho tenta colocar uma pedra em cima da suposição lembrando o último jogo. "Em uma hora e meia o Finazzi foi 11 vezes ao banheiro! Isso é corpo-mole?", exagera o coordenador-técnico.

O mistério continua.

Atleticanas

* Dagoberto – O jogador deverá ficar no banco na partida de sábado, contra o São Paulo, às 18h10, na Arena. Dagoberto reestreou no Atlético contra o Coritiba, dia 10 de julho, pelo Nacional, após nove meses recuperando-se de uma cirurgia no joelho. No mesmo jogo, o atleta rompeu o músculo da coxa e teve de voltar ao departamento médico.

* Interesse – Salvado Palia, diretor de futebol do Palmeiras, afirmou ontem que o clube está com dinheiro e vai sair às compras após o fim da temporada. Entre os interesses do clube, está a contratação do jogador Marcão, do Atlético.

* Atraso – A delegação do Furacão teve de dormir em São Paulo no domingo, pois o Aeroporto Afonso Pena estava fechado para pousos à noite. A chegada da equipe em Curitiba só ocorreu no início da tarde de ontem. Por esse motivo, o elenco recebeu folga até hoje pela manhã.

* Empréstimo – O meio-de-campo Rodrigo Souto e os atacantes Cléo e Jonatas foram emprestados ao Figueirense até o fim do ano. Eles defenderão o clube catarinense no segundo turno do Brasileiro.

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