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A conquista da Série B coroou a campanha do Coritiba e satisfez a torcida, mas nem por isso boa parte dos coxas-brancas pretende vê-la eternizada na camisa do clube. A inclusão de uma estrela prateada no uniforme está fora dos planos da diretoria e causa repulsa em muitos torcedores.

Osvaldo Dietrich, responsável pelo marketing do Coxa, descartou qualquer mobilização nesse sentido. "É uma decisão que não cabe à direção, mas ao Conselho (Deliberativo). Qualquer torcedor pode propor isso. A princípio não vamos sugerir nada", explicou.

Muitos fãs do clube reprovam a medida. "Não é um mérito condizente com o tamanho do Coritiba. Conquistar o título é o mínimo que o clube poderia fazer", comentou o torcedor Rodrigo Papov.

"Tudo bem que é importante, foi uma batalha difícil. Mas, na minha opinião, só time pequeno coloca a estrela comemorando a Segundona", acrescentou o empresário Alexander Gobel Donha, em clara alfinetada aos rivais.

A rejeição não é unânime e a defesa vem de quem pode influenciar na mudança. O coordenador de futebol João Carlos Vialle não só aprova o novo desenho como usa o status de candidato à presidência do clube para sugerir uma pesquisa sobre o assunto.

"Sempre serei a favor porque representa uma conquista que ficará na história e deve ser muito valorizada", ponderou. "Discordo de quem não gosta. Mas vai ter uma eleição em dezembro e, se existe divergência, podemos propor uma consulta aos sócios da forma mais democrática possível", acrescentou o indicado da situação ao pleito marcado para o dia 16 do próximo mês.

O Coritiba pode até descartar a materialização do título no uniforme, mas especialistas em marketing recomendam ações para reverter o atual momento em benefícios duradouros. Considerada um buraco negro para os clubes, a Série B tem seu brilho.

"A competição tem servido como grande motivador da torcida. É mais fácil ser campeão da Série B do que da Série A e o torcedor se aproxima na medida em que o time ganha", analisou o pesquisador do Grupo de Indústria do Futebol da Universidade de Liverpool (Inglaterra), Oliver Kawase Seitz. O sucesso pode contagiar também as empresas que querem associar os seus produtos a times vitoriosos.

"Todo mundo quer estar aliado a um sentimento de vitória. A ciência usa uma sigla para explicar isso: BIRG (Basking In Reflected Gloria), algo como se apropriando da glória alheia", comparou Oliver.

Para o sócio da empresa de marketing esportivo CSR Sports, Gustav Langner, o melhor marketing do clube seria formar um time competitivo na próxima temporada para aproveitar o momento de crescimento da torcida. "Depois o clube pode pensar em oferecer novos benefícios e em vincular produtos à sua marca", sugere.

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