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Rio de Janeiro – O que passará despercebido para muitos durante os Jogos Pan-Americanos de 2007, no Rio de Janeiro, será essencial na viabilidade do Parapan. Adaptações simples, desde sinais sonoros nos elevadores a imensas rampas de acessos, fizeram parte da idealização dos Jogos do Rio desde o início. E os organizadores do principal evento esportivo das Américas reconhecem: não fosse assim, a participação inédita de atletas portadores de necessidades especiais seria inviável.

Essa será a primeira vez na qual os Jogos Parapan-Americanos serão realizados na mesma sede, com a mesma estrutura e consecutivamente ao Pan. As outras edições foram na Cidade do México (1999) e em Mar del Plata-ARG (2003). Por isso, o planejamento de todas as obras para 2007 foi focado na acessibilidade.

"O Pan e o Parapan foram concebidos conjuntamente e só por isso são viáveis. Se tivéssemos de adaptar os projetos no meio da obra seria impossível", afirma o secretário geral do Comitê Organizador (CO-RIO), Carlos Roberto Osório.

A construção dos locais de provas, assim como de todas as obras públicas, deve seguir a resolução 9.050/2004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O documento estabelece parâmetros para facilitar a mobilidade de portadores de necessidades especiais.

"É um evento diferente. Além de garantir toda a estrutura necessária aos atletas temos de pensar em receber o público do Parapan, também formado por um grande número de portadores de necessidades especiais", explicou o presidente do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB), Vital Severino Neto.

A lista de exigências é imensa. Começam nas comuns guias rebaixadas e chegam à instalação de pisos especiais emborrachados que servem de orientação aos deficientes. Os vestiários ganham nova formatação, as arquibancadas precisam ser mais largas, pias são rebaixadas e a sinalização em Braille será instalada. Pequeno resumo de facilidades para quem sofre com alguma limitação.

Uma das novidades está na Vila Olímpica. Foram construídos cento e vinte apartamentos adaptados para os atletas do Parapan. Eles ficam nos primeiros andares, possuem portas mais largas para facilitar o acesso e onde será a cozinha (dispensável durante o evento, pois os atletas se alimentarão no refeitório) será o banheiro, melhorando a circulação dos cadeirantes.

"O que está sendo feito aqui é simplesmente cumprir a lei", avaliou o secretário-geral do Comitê Paraolímpico Internacional (IPC), Xavier Gonzales. De visita às obras na semana passada, o dirigente se disse satisfeito com as instalações.

"Alguns pontos serão observados mais adiante porque certas obras são embrionárias, como no Complexo Deodoro. Mas até agora o que vi me pareceu fantástico", acrescentou o espanhol. Ele se diverte com o fato de ser conhecido internacionalmente como "o homem das rampas e dos banheiros."

Gonzales ajudou na composição de um relatório sobre algumas adaptações ainda necessárias. O documento deverá ficar pronto na próxima semana. Na revisão do projeto está, por exemplo, um novo levantamento de quantos cadeirantes serão inscritos nos Jogos para verificar se o número de apartamentos adaptados é o suficiente.

O Parapan receberá 1.300 atletas e mais 700 membros de delegações.

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