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O crescimento do esporte no Brasil, com atletas ganhando destaque em nível internacional, trazendo medalhas de ouro para o país em competições antes dominadas por estrangeiros, como natação, atletismo, ginástica e até taekwondo, com a paranaense Natália Falavigna, ainda não motivou os estados brasileiros a investir mais na área.

Pelo menos é isso o que mostra o estudo sobre o mapeamento do esporte no Brasil, publicado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Segundo o órgão nacional, entre os anos de 2002 e 2003 os estados brasileiros aplicaram menos de 0,1% dos recursos em esporte.

No ano de 2002, os governos estaduais aplicaram 0,13% no desporto e lazer. Percentagem que diminuiu para 0,09% no ano seguinte. O Paraná foi o quinto estado que apresentou a queda mais acentuada de investimentos no período (-34,2%). Pará, Bahia, São Paulo e Minas Gerais, pela ordem, foram os primeiros colocados na triste estatística.

Por outro lado, Amazonas e Rio de Janeiro aumentaram os recursos aplicados no esporte. O estudo do IBGE, pioneiro no Brasil, também aponta outros dados relevantes à área, como número de quadras esportivas estaduais, equipamentos para a prática de esportes que pertencem aos governos dos estados e escolas públicas estaduais que dispõem de instalações esportivas.

Neste último quesito o Paraná está bem colocado. Entre os três estados da região Sul, o Paraná é o que tem mais escolas onde as crianças podem começar a praticar o esporte. Na época do estudo, o estado contava com 79,2% das escolas com infra-estrutura para a prática esportiva.

Paraná

Uma das explicações para a queda de investimentos, segundo o ex-presidente da Paraná Esportes, Ricardo Gomyde, que estava à frente da secretaria estadual no período entre 2002 e 2003, foi a mudança de governo. "Foi um ano peculiar, porque foi de posse de novos governos. O orçamento de 2003 foi feito no governo anterior, mas isso não foi fundamental para a diminuição que aparece no estudo", explicou Gomyde.

De acordo com o ex-presidente, hoje membro do Conselho Estadual do Esporte, o Paraná adotou outra estratégia de investimento no período. "Adotamos o esporte de base, como os jogos colegiais e vários investimentos vieram de outras pastas como Educação, Obras Públicas e Planejamento. São soluções alternativas que não estão contabilizadas no estudo do IBGE", afirmou.

Um dado que causa estranheza ao leitor que consultar a pesquisa realizada pelo Instituto de Estatística é que na região Sul não existe nenhuma quadra estadual, para a prática de esportes. De acordo com Gomyde, essa é uma das distorções do estudo, pois os governos estaduais arrecadam recursos para a construção das quadras, mas encaminham o dinheiro para a prefeitura que é a proprietária do terreno. Com isso, as quadras ficam como municipais.

"É um estudo muito importante, vai subsidiar a discussão na Conferência Nacional do Esporte, mas é a primeira tentativa. Ainda é incipiente e demonstrou algumas falhas. No Paraná, 70% dos recursos da pasta de esporte vêm de outras áreas", explicou Gomide que definiu: "foi importante pela tentativa de mapear o esporte no Brasil. Isso vai ser bom para o cruzamento de dados no futuro, para podermos conhecer melhor a estrutura do esporte no país".

A reportagem da Gazeta do Povo Online tentou o contato com o atual presidente da Paraná Esportes, Milton Alves, mas ele está em Brasília, onde participa da Conferência Nacional do Esporte, e não atendeu ao telefone.

Debate

Uma delegação com 41 paranaenses viajou para Brasília, onde desde esta quarta-feira até domingo acontece a 2.ª Conferência Nacional do Esporte.

Na bagagem eles levam 40 propostas elaboradas em 14 encontros regionais, com representação de todos os municípios paranaenses, e na Conferência Estadual do Esporte, realizada em Curitiba, no fim de março.

O encontro no Distrito Federal será o último para a construção de um Sistema Nacional de Esporte e Lazer, que irá se basear também no estudo publicado pelo IBGE.

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