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Fachada da Arena da Baixada para a Copa de 2014: segundo responsável pelo estudo, a viabilidade dos novos estádios passa pelo aumento do preço dos ingressos | Arena/Divulgação
Fachada da Arena da Baixada para a Copa de 2014: segundo responsável pelo estudo, a viabilidade dos novos estádios passa pelo aumento do preço dos ingressos| Foto: Arena/Divulgação

Investimento não deve superar 1% do PIB

A Olimpíada de 1992 em Barcelona é citada como exemplo do êxito da organização um evento esportivo no estudo sobre o impacto econômico da Copa de 2014, realizado pela Casual Auditores. Como modelo às avessas, o coordenador Amir Somoggi criticou a organização brasileira do Pan 2007 e a Olimpíada de 2004, realizada na Grécia.

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Um boom no futebol brasileiro capaz de encher estádios, triplicar a arredação e transformar o país da Copa de 2014 também no dono da maior liga de futebol do mundo. Um estudo de impacto econômico do Mundial no Brasil, divulgado pela Casual Auditores, posiciona o país como o principal mercado em atração de público no setor nos próximos cinco anos. A projeção é bastante ambiciosa: clubes próximos a 100% da ocupação de suas praças esportivas e uma movimentação de R$ 330 milhões no balanço de 2014.

A revolução na estrutura econômica do futebol não será uma herança natural da Copa. A escolha das 12 subsedes, no domingo, serve como um marco da intensa reestruturação a ser iniciada no setor, de acordo com o especialista em marketing e gestão de clubes de futebol e coordenador do estudo, Amir Somoggi.

A transformação no atual cenário depende de um trabalho de marketing criativo e agressivo para tornar viáveis e sustentáveis os estádios que serão reformulados e construídos com investimento público e privado. Uma realidade ainda distante dos clubes e mais ainda das secretarias de esportes municipais e estaduais, responsáveis por administrar 9 dos 12 locais que abrigarão jogos em 2014.

"Os departamentos marketing evoluíram nos últimos cinco anos, mas ainda estão longe do ideal. Será necessário melhorar muito. Já o setor público não tem competência para administrar o marketing dos estádios. Ou coloca-se uma empresa terceirizada, ou contratam-se executivos, ou estaremos mortos", disse Somoggi.

Ele credita à "inteligência de marketing" o sucesso que o Mundial pode trazer ao futebol do país. "É a chance de a Copa não se tornar uma piada como foi o Pan de 2007 e os estádios não ficarem abandonados como estão os equipamentos esportivos no Rio de Janeiro", comparou.

O modelo a ser usado repetiria a bem-sucedida estratégia da Alemanha e a intensa oferta de consumo proporcionada pelos estádios (camarotes, patrocínios, lojas, restaurantes, etc).

Após o Mundial de 2006, a Bundesliga saltou da quarta para a segunda colocada em geração de receitas entre as ligas de primeira divisão da Europa, atrás apenas da Inglaterra. A arrecadação dos clubes cresceu 37% entre as temporadas 2003/04 e 2006/07 e em dias de jogos saltou 66%, batendo em 365 milhões de euros em 2007.

A missão brasileira teria de alavancar a presença de público dos estádios. Segundo o estudo, a média da última temporada foi de 16,5 mil torcedores por jogo, o equivalente à ocupação de 40% dos assentos. "Se maximizassem para 100% esse número entre os 21 clubes de maior torcida do país, chegaríamos à incrível marca de 17 milhões de torcedores (45 mil por jogo), o maior entre todas as ligas do mundo", explicou o coordenador do estudo.

Elite

Arrecadar mais significa cobrar mais. O levantamento de Casual Auditores prevê a elitização do futebol. "Oferecer um serviço de qualidade acarreta na ampliação dos custos. Para um estádio ser viável os ingressos vão subir e haverá uma mudança no perfil do público", afirmou Somoggi. A alternativa aos torcedores seria recorrer aos descontos proporcionados pelos planos de sócios.

Ele não teme que os valores afastem os fãs. "Ninguém precisa de 5 milhões de torcedores. São necessários 40 mil, 50 mil fiéis que garantam a ocupação dos jogos", defende.

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