• Carregando...

A eleição para o Conselho Deliberativo, que escolherá o presidente e a diretoria do Vasco para o triênio 2007-2009, terminou mas não acabou. Nas urnas, a chapa azul, que representa Eurico Miranda e a situação, levou a melhor e venceu por 1.848 votos a 1.409.

No entanto, a oposição conseguiu que o resultado fique sub judice, à espera da decisão da Justiça. O grupo, que tem como candidato a presidente Roberto Dinamite, alega que cerca de 600 pessoas que não estavam originalmente na lista de sócios aptos a votar participaram do pleito.

Ao fim da apuração, entre uma baforada e outra em um charuto, Eurico Miranda disse que a eleição não está sub judice.

- A eleição não está sub judice coisa nenhuma. O que houve é que as urnas foram acauteladas para o caso de alguém tentar impugnar o resultado. Se estivesse sub judice, o resultado não seria proclamado - afirmou o dirigente ao repórter Victorino Chermont, do SporTV, no ginásio de São Januário, onde foram realizadas tanto as eleições quanto a apuração.

Por outro lado, Roberto Dinamite afirmou que a urna considerada problemática pela sua chapa foi impugnada pela Justiça, sim.

- Se a urna que foi impugnada pela Justiça, pois tinha várias irregularidades, for desconsiderada, nós ganhamos a eleição por 50 votos. Então, ainda não houve um vencedor - disse o ex-jogador, que era hostilizado verbalmente por parte dos presentes.

Na realidade, se a Justiça desconsiderar os votos da primeira urna, a chapa branca vencerá por 43 votos, com 1.237 contra 1.194. De concreto mesmo é que o promotor público Carlos Andrezano esteve na eleição. Ele deixou o local com a lista de sócios e disse que vai analisar se houve irregularidade.

- Vou analisar a questão da lista de votação. Vai haver uma perícia em relação à situação dos sócios. Se comprovada alguma irregularidade, apresentarei a denúncia. Nesse caso, a eleição pode ser anulada - disse Carlos Andrezano, que ficou o dia inteiro no clube.

Os votos supostamente irregulares estariam todos na primeira urna, que deu uma larga vantagem para a situação: foram 654 votos contra 172 da oposição. O grupo de Roberto Dinamite teve pequena vantagem na segunda, com 302 votos contra 245.

A terceira urna trouxe mais polêmica e teve de passar por uma recontagem, mas a única diferença encontrada foi um voto nulo que não havia sido computado. Eurico Miranda levou a melhor e teve a preferência de 539 eleitores, contra 479.

Antes mesmo do encerramento da apuração, a chapa de Eurico já comemorava a vitória. Com direito a champanhe e queima de fogos, os membros e sócios que apóiam a situação cantaram o hino do Vasco e o tradicional grito de "Casaca", além de ironizarem Roberto Dinamite aos gritos de "Vice de novo".

A festa aumentou ainda mais com a apuração da última urna. A vitória da chapa branca, 456 votos contra 410, foi insuficiente para virar o resultado, e deu a vitória provisória à situação.

Apesar das reclamações da chapa branca sobre irregularidades na lista de sócios, a eleição transcorreu em clima tranqüilo durante quase todo o dia. Apenas no fim da votação começaram os problemas, primeiro com a expulsão de Luís Américo de Paula Chaves, advogado do MUV (Movimento Unido Vascaíno), membro da oposição. Ele conseguira uma liminar para entrar no clube, mas a situação conseguiu cassá-la, e ele saiu de São Januário hostilizado.

Depois, Roberto se desentendeu com um sócio. O ex-atacante cruzmaltino disse que foi ofendido com um gesto, resolveu tirar satisfações, e foi xingado por membros da situação. Outro momento de maior tensão foi quando Eurico Miranda esbravejou contra a imprensa, durante a apuração, dizendo que não daria mais entrevistas e que o Vasco "é uma ditadura".

Ele recuou da decisão e voltou a falar com os jornalistas. No fim, enquanto Eurico dava uma entrevista para o SporTV, um apagão encerrou mais uma tumultuada eleição no clube carioca.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]