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Os uruguaios Juan Custódio e Jorge Sena (dir.) lamentam o empate com a Líbia na estréia do Mundial. | Antonio Scorza/AFP
Os uruguaios Juan Custódio e Jorge Sena (dir.) lamentam o empate com a Líbia na estréia do Mundial.| Foto: Antonio Scorza/AFP

Esporte e religião se misturam? Nas Ilhas Salomão, sim. O desenvolvimento do futsal no país, que será o adversário de hoje do Brasil, às 10h30, confunde-se com o processo de evangelização promovido por pastores da Igreja Batista australiana a partir de 2002 no arquipélago situado no Pacífico Sul.

Devastado por uma guerra entre etnias, que ocorreu entre 1999 e 2002, o país retomou a paz com a ajuda militar da Austrália. Depois dos militares, desembarcaram alguns pastores, acompanhados de técnicos e árbitros, que divulgaram o futsal aliado à religião.

"A partir daí, o futsal cresceu muito e se tornou mais popular", conta Victor Waiia, treinador da equipe Kurukuru, nome pelo qual a seleção das Ilhas Salomão é conhecida. Kurukuru é um termo utilizado pelos salomônicos para designar pombo, a ave da paz.

"O objetivo de promover o futsal não era apenas para disseminar a prática esportiva, como também para desenvolver o lado espiritual dos atletas", explica Simon Dyer, um dos quatro australianos que compõem a comissão técnica do país.

Como o esporte é praticado há só seis anos nas Ilhas Salomão, não é de se espantar que a seleção seja formada quase que exclusivamente por adolescentes. Com exceção do fixo Houtaru, de 23 anos, todos têm entre 17 e 19 anos. Para disputar o Mundial, cada um recebeu US$ 300.

"Os jogadores são jovens porque foram eles que passaram pelo programa de desenvolvimento do esporte", diz Waiia. Custeados pela Dural Sports and Leisure Centre, entidade ligada à Igreja, Elliot Ragomo – o principal jogador da seleção – e Jack Whetney passaram quatro meses treinando na Espanha em 2006.

O processo de evangelização no futsal foi tão profundo que todo dia, às 9 horas, a delegação se reúne para ler a Bíblia e fazer, antes dos treinos, as orações no hotel em que está em Brasília. Quanto ao jogo contra a seleção brasileira, o treinador considera que uma surpresa é praticamente impossível.

"O Brasil é uma das grandes forças do futsal. Nós não esperamos vencer, mas jogaremos tudo o que pudermos e faremos o nosso melhor por Jesus", afirma Waiia, talvez esperando uma força divina para evitar que sua seleção seja goleada novamente – na estréia, perdeu para Cuba por 10 a 2.

O Brasil realiza seu segundo jogo do Mundial confiante. Ontem, o técnico PC Oliveira pôs o time para treinar o retorno do ataque para a defesa, visando evitar ameaças em contra-ataques. O clima de descontração do elenco demonstrava que as Ilhas Salomão não eram motivo de preocupação.

"Vi o jogo, e achei uma equipe inocente. Mas hoje em dia você não pode facilitar contra ninguém", declarou PC.

Na TV

Às 10h30, Ilhas Salomão x Brasil, na RPC TV, Band e SporTV; Portugal x Paraguai, no SporTV2. Às 12h30, Rússia x Cuba, no SporTV2 ; EUA x Itália, no SporTV.

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