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Nos pés de um gremista (agora ex, naturalmente) apelidado Pato, de apenas 17 anos, nascido no Sudoeste do Paraná e que jogou somente uma partida pela equipe profissional, estão depositadas as esperanças da torcida do Internacional na busca pelo título mais importante de sua história: o Mundial de Clubes, que se inicia hoje no Japão e terá o Colorado estreando na próxima quarta-feira, dia 13. Razões para preocupação na provável final contra o temido Barcelona do apavorante ex-rival Ronaldinho? Nenhuma, muito pelo contrário.

A começar pela performance arrasadora na partida que credenciou o pato-branquense Alexandre para a competição no outro lado do mundo. Contra o Palmeiras, dia 26 de novembro, pelo Brasileiro, ele foi o destaque da vitória por 4 a 1 fora de casa, marcando um gol e dando o passe para outros dois. Nada fora do comum para quem desde a infância coleciona histórias como essa entre as quatro linhas.

Jogando futebol de salão pelo Grêmio Industrial Patobranquense (onde começou, nas mesmas cores do Tricolor gaúcho), depois no Colégio Mater Dei, e nos timinhos de bairro, o filho da Dona Roseli e do Seu Geraldo era costumeiramente o centro das atenções, graças à habilidade de "gente grande" no corpo de uma criança que mal largara a mamadeira. Aliás, mal mesmo.

"Certa vez, estávamos jogando em Curitiba, no ginásio do Paraná, e no intervalo o Alexandre exigiu que seu pai arranjasse uma mamadeira para ele, do contrário não ia jogar mais. Por sorte, deu tempo de ir buscar no alojamento e ele tomar o leitinho", revela Joel Carvalho, professor de Educação Física e técnico do Grêmio Industrial Patobranquense. Saciado o desejo repentino, o esfomeado craque de 4 anos garantiu a vitória.

Outra passagem que motiva a metade vermelha do Rio Grande do Sul ocorreu na decisão do estadual juvenil no Grenal do ano passado. Em se tratando do clássico, o Tricolor convocou às pressas o meia Anderson, destaque do profissional, atualmente no Porto, para reforçar a equipe de baixo. Fim de partida, e quem foi ver a sensação gremista acabou impressionado com a categoria do desconhecido Pato.

"Ele tomou conta do jogo. Fez dois gols, deu passe para um e o Inter foi campeão por 3 a 2. Ele é sem dúvida um jogador muito diferenciado". Relato de quem descobriu o jogador.

Carlos Eduardo de Moraes, atualmente treinador do Sub-15 no Beira-Rio, escolheu Alexandre entre 500 garotos numa peneira em Quedas do Iguaçu, em 2000, interior do Paraná, após a convocação do menino para a seleção ter sido feita num campeonato de salão em Uruguaiana (RS). E em março de 2001 ele chegou em definitivo, após quase ter pintado num teste no Paraná.

Tudo isso, somada a uma bem-sucedida passagem pela seleção brasileira sub-18, resultou numa verdadeira blindagem proporcionada pela diretoria colorada àquele que pode ser sua maior revelação dos últimos tempos. Alexandre Pato só foi liberado para estrear no profissional após reformar seu contrato, visando a uma proteção maior contra um possível interesse de outros clubes – renovado até dezembro de 2009, o salário que era de R$ 3 mil passou para R$ 15 mil, e a multa rescisória ficou em 20 milhões de euros em transações para o exterior e 18 milhões de euros para times brasileiros.

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