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Maurício também analisa caso Ricardinho x Bernardinho

Como não poderia ficar de fora, o assunto envolvendo a recente briga entre o levantador Ricardinho e o técnico Bernardinho também foi comentado por Maurício, experiente quando o assunto é seleção brasileira.

"Eu conheço muito bem os dois, mas não sei o que aconteceu, não estava convivendo com esse grupo de jogadores desde as Olimpíadas de Atenas em 2004. Não sabemos o que acontece lá, e muito do que se fala fora do grupo, eu sei bem disso, não é verdade. Olhando por fora, o que chega para mim é o mesmo que a imprensa divulga. Mas eu acho que não havia mais uma relação sustentável entre os dois", comenta.

A respeito do atual momento do Brasil na Copa do Mundo de Vôlei, o ex-levantador crê que, após a derrota para os EUA na estréia, o time só tem a crescer e atropelar os adversários. "O primeiro jogo foi ruim, mas agora o time entrou nos eixos. A seleção sempre tem essas coisas que acontecem com ela dentro das competições, essas derrotas pontuais. Acaba sempre vindo para o bem da equipe", analisa.

Ainda de acordo com Maurício, além do trabalho de Bernardinho, um dos elementos do sucesso desta geração é o intercâmbio dos jogadores no voleibol europeu. "A Itália já não é o único mercado para os brasileiros. Outros se abriram, como a Rússia e a França. Para seleção isso é benéfico, porque além dos jogadores ganharem em Euro, eles sempre estão jogando em um grande nível. Para o esporte no Brasil é triste, porque os ídolos acabam não jogando aqui. Acho que o vôlei tem muito o que crescer aqui".

Como já se tornou ritual uma vez por mês, Maurício Lima desembarcou em Curitiba nesta semana. Até ai, nenhuma novidade, não fosse o fato da pessoa citada acima ser um colecionador de títulos com a camisa da seleção brasileira de vôlei. Os 17 anos dedicados ao Brasil renderam uma coleção de títulos – cinco Sul-Americanos, um Mundial, uma Copa dos Campeões, uma Copa América e duas Ligas Mundiais e duas medalhas de ouro olímpicas – e agora, dois anos após anunciar a sua aposentadoria das quadras, a meta do ex-levantador da seleção é "garimpar" novos talentos.

E Curitiba foi o local escolhido para isso, graças ao projeto "Vôlei Positivo", desenvolvido pelo tradicional grupo de ensino da capital paranaense. "Coordeno o projeto desde o início (ao lado do auxiliar-técnico, Cacá Bizzocchi, outro ex-seleção), foi um convite que recebi há três anos do professor Zair (Cândido Netto, supervisor de Esportes e Cultura das Escolas Positivo). Essa é uma iniciativa para incluir e resgatar o esporte não só no Positivo, mas também usá-la como ferramenta de inclusão social", explica Maurício à Gazeta do Povo Online.

Uma vez por mês o líder da Geração de Ouro do Vôlei tupiniquim – medalhista de ouro nas Olimpíadas de Barcelona em 1992 – vem a Curitiba, já que mora atualmente em Campinas, no interior de São Paulo. Esta viagem mais recente busca encontrar, em meio a tantos meninos e meninas aspirantes a jogadores de vôlei, alguns jovens de talento e futuro. Mas isso não é o bastante para ser selecionado.

O "porte físico" é um dos fatores que serão levados em consideração na "peneira" deste sábado (24), a partir das 14 horas, na sede do Positivo das Mercês, porém as notas escolares também serão levadas em consideração. "O candidato precisa estar matriculado em uma escola de ensino regular, ter 75% de freqüência nas aulas e pelo menos média 6 em todas as disciplinas, além de ser nascido entre 1991 a 1995", detalha Maurício.

As inscrições continuam abertas e podem ser feitas pelo telefone (41) 3335-3535. A documentação que comprove idade e as notas escolares são itens básicos para a inscrição.

Projeto é singular e semelhante ao do Banespa

Nos últimos 20 anos, o banco paulista Banespa – comprado e levando o nome dos espanhóis do Santander atualmente – se notabilizou pelas suas peneiras, as quais levavam jovens jogadores de todo o país a São Paulo. O projeto do Positivo é semelhante, porém tem um algo a mais, segundo Maurício, que foi jogador do próprio Banespa na década de 90.

"Os dois são semelhantes por serem peneiras, por darem oportunidades para atletas que querem fazer carreira no vôlei, mas o Positivo vai além porque é uma escola conceituada, que oferece esporte e educação associados, enquanto lá é só um clube. E aqui também conseguimos revelar grandes jogadores. Em três anos, já colocamos quatro jogadores nas seleções brasileiras de base, e dois atletas saídos daqui jogam atualmente no Minas", afirma Maurício.

Com esse perfil de revelador de jovens talentos, o coordenador do projeto não descarta a formação de um time adulto para a disputa da Superliga de Vôlei, principal competição nacional da modalidade. "No momento não vejo isso acontecendo, o colégio não está pensando nisso, em montar uma grande equipe, mas para o futuro eu creio que seja algo possível". Atualmente, o Positivo só disputa competições regionais, com resultados expressivos.

Saudade das quadras

Que a vida de jogador profissional não é fácil, com incessantes treinamentos e concentrações, isso não é segredo para ninguém. Porém, fora esses fatores, Maurício admite que sente falta de jogar. "Sinto falta principalmente agora, com esses campeonatos importantes envolvendo a seleção. Mas quando passa esses campeonatos, não sinto falta de competir", assegura, para complementar dizendo que não tem qualquer plano de ser técnico de vôlei.

O futuro, como ele mesmo define, está ligado sim ao voleibol, mas apenas nos seus bastidores. "Além do projeto aqui em Curitiba, participo do projeto Embaixadores Olímpicos, promovido pelo Banco do Brasil e voltado para a divulgação dos benefícios do esporte para a população e para os funcionários. É nisso que pretendo focar o meu tempo daqui para frente", conclui Maurício.

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