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O ex-presidente da FPF (Federação Paulista de Futebol) Eduardo José Farah morreu neste sábado (17) aos 80 anos, no Hospital do Coração, em São Paulo. De acordo com o hospital, a morte ocorreu por falência múltipla de órgãos, às 5h30 (Brasília).

O ex-dirigente, que tinha problema renal, estava internado na UTI do HCor desde novembro do ano passado. Em abril, ele chegou a ter uma parada cardíaca, mas foi reanimado. Segundo informações do hospital, o enterro de Farah será neste sábado (17), às 16h, no Cemitério do Morumbi, na zona sul de São Paulo.

Farah presidiu a FPF de 1988 a 2003. Sua gestão foi marcada por uma série de inovações polêmicas, como a adoção de dois árbitros por partida, disputa de pênaltis em jogos empatados no tempo normal durante a fase de pontos no Estadual, e a criação da Liga Rio-São Paulo, em 2002.

Também em sua gestão, a FPF implantou o uso do spray para formação da barreira, mais tarde adotado por outras entidades de futebol no mundo todo. Farah deixou o cargo poucos meses após uma briga judicial entre a FPF e a Rede Globo. O dirigente negociou os direitos de transmissão do Campeonato Paulista de 2003 com o SBT, alegando que a emissora carioca não exerceu o direito de preferência na renovação do contrato do Estadual.

A Globo contestou a posição de Farah, dizendo que enviou à federação uma proposta nos mesmos termos financeiros propostos pelo canal de Silvio Santos. A competição começou sem uma decisão definitiva da Justiça, no dia 25 de janeiro daquele ano, com uma situação constrangedora para a entidade e as duas emissoras. A partida de abertura, entre Santo André e Santos, foi transmitida por Globo e SBT, apesar de uma liminar garantir o direito exclusivo da emissora paulista.

A Globo alegava que não tinha conhecimento da liminar conquistada pela FPF, e apresentou outra decisão judicial, anterior, para entrar no estádio e fazer a transmissão do jogo. A briga entre as emissoras gerou fatos curiosos, como a transmissão por TV aberta de partidas do Campeonato Paulista às 21h, horário em que a Globo costuma exibir sua principal novela na programação. SBT e Globo acabaram transmitindo juntas a maior parte da competição.

No ano seguinte, meses depois de deixar o cargo, Farah disse a empresários durante uma palestra, em São Paulo, que o caso acabou forçando sua saída da federação. "Tirei a Globo do campo, ela me tirou da federação", disse o ex-dirigente, de acordo com relato da Folha. Na ocasião, a Globo se defendeu dizendo que não foi "tirada de campo", já que manteve na Justiça o direito de preferência na transmissão do Paulista-2004.

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