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Com a camisa 10 da seleção, Giuliano conduz a equipe e arma as principais jogadas do Brasil | Cris Bouroncle / AFP
Com a camisa 10 da seleção, Giuliano conduz a equipe e arma as principais jogadas do Brasil| Foto: Cris Bouroncle / AFP

Giuliano concorre ao prêmio de "melhor do Mundial"

A seleção brasileira decide o jogo na próxima sexta-feira (16), a partir das 15h, contra a seleção de Gana. Nesta partida, além do título, Giuliano pode confirmar mais um prêmio para aquele lugar sonhado por da Tarsília para juntar seus troféus e medalhas. Nesta quarta a Fifa divulgou a lista de jogadores que concorrem ao prêmio Bola de Ouro do Mundial sub-20.

Jornalistas de todo o mundo credenciados para o campeonato irão escolher qual é o craque da competição. O também brasileiro Alex Teixeira, bem como os ganeses Ransford Osei e Diminic Adiyiah, estão na disputa. Completam a lista Amer (Emirados Árabes), Jungwirth (Alemanha), Koman (Hungria), Koo (Coréia do Sul), Martinez (Costa Rica) e Mustacchio (Itália).

Na época em que o bordão "vai que é sua Taffarel" surgiu, o garoto Giuliano, então com apenas cinco anos, saltava com toda a vontade para defender as bolas chutadas por sua mãe e pelos amiguinhos da Vila Lindoia, em Curitiba. Sonhava tanto em ser goleiro, que exigia ser chamado de Taffarel e fazia birra quando alguém se negava a fazê-lo.

Passava o dia todo com uma camisa própria para suas defesas e se negava a tirá-la, temendo assim perder o status de ídolo. Sem a camisa, ninguém mais o reconheceria como o goleiro da seleção campeã do mundo em 1994. Um dia, sobrando goleiros e faltando jogadores de linha (fato raro no futebol), deixou a meta e passou a armar algumas jogadas. Gostou da nova função, aposentou as luvas e tornou-se meia.

A história, contada com aquele inigualável orgulho de mãe, emocionou a dona Tarsilia de Jesus Lima. Relembrando a infância de Giuliano, jogador revelado pelo Paraná Clube (atualmente no Internacional) e principal destaque da seleção brasileira no Mundial Sub-20, ela tenta explicar o que tem sentido nos últimos dias. Ver o filho numa final de Copa do Mundo, mesmo que seja pela equipe de juniores, a enche de orgulho.

"Eu estou feliz demais. Assisto aos jogos emocionada e não consigo não chorar quando vejo ele lá. Nossa família é pequena e estão todos torcendo muito por ele. Se Deus quiser ele vai conseguir esse título, pois merece muito por tudo que sempre fez e sonho desde o início da carreira", disse dona Tarsília, à Gazeta do Povo.

O mais difícil, garante, não é nem assistir aos jogos e torcer pelas vitórias. O problema é a saudade do quinto de oito filhos, tão longe. "Temos muita saudade, pois sempre fomos muito grudados. Queremos que ele fique lá o maior tempo possível, mas também queremos que ele volte logo", diverte-se com a confusão de sentimentos. "Ele já teve outras chances na seleção, mas dessa vez é diferente. Ele merece, pois é guerreiro e trabalhador. Nasceu para vencer e, apesar de ser suspeita, acho que ele vai brilhar muito ainda", completa a mãe coruja.

De goleiro em potencial a meia de sucesso

Quando a mãe de Giuliano resolveu contar sobre o antigo sonho do filho, a conversa ficou divertida. "Ele fazia eu ficar gritando ‘Vai Taffarel’ a cada chute que alguém dava na bola. Uma vez quase brigamos porque ele não queria deixar eu lavar a camisa. Pense. O dia todo ele jogava bola com o Everton (irmão mais velho, também jogador de futebol, que hoje atua pelo São José-RS, na posição de volante), caindo no chão com ela. Era toda rasgada, mas ele adorava".

Hoje o jogador tem um novo ídolo. "Ah, é o Kaká, com certeza. Ele se espelha muito nele. Até evangélico, como o Kaká, ele é. Também é parecido na simpatia e humildade, pois eles não esquecem de onde vieram". E foi nesse lugar, a Vila Lindoia, que o meia do Internacional conheceu a noiva Andressa. "Ela tá aqui do meu lado. Vão casar, mas ainda não sabem quando", orgulha-se dona Tarsília, agora como sogra.

Dos primeiros campeonatos de várzea – "Ele jogava o campeonato do boi, que tinha aqui perto, e ficava o dia todo. Às vezes eu até levava a marmita para ele e o Everton poderem comer, se não eles esqueciam até disso – para os maiores estádios do mundo, Giuliano só cresce na profissão. Nem assim, esquece de onde saiu. "Ele deixou muitos amigos no Paraná e tem um carinho muito grande por ele. Temos muitas recordações dessa época. Um dia ainda faremos um lugar só para os troféus e medalhas que ele ganhou".

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