• Carregando...
O Ninho de Pássaro será o palco da prova que definirá o homem mais rápido dos Jogos Olímpicos de Pequim. | Jonathan Campos, enviado especial/ Gazeta do Povo
O Ninho de Pássaro será o palco da prova que definirá o homem mais rápido dos Jogos Olímpicos de Pequim.| Foto: Jonathan Campos, enviado especial/ Gazeta do Povo

Prata em Atenas-2004, o português Francis Obikwelu sai pela tangente. "O Gay não está tão forte. Acho que fica entre Bolt e Asafa.’’

Adversário de Bolt na eliminatória inicial e de Asafa na segunda, o brasileiro Vicente Lenílson considera o primeiro mais forte. Para o canadense Anson Henry, Gay será ouro. "Nestas corridas, ele brilha.’’

Opiniões diferentes de atletas que ontem, em Pequim, competiram ombro a ombro com os três astros da prova mais nobre do atletismo. Que são uma amostra da imprevisibilidade da final dos 100 m. Mas com uma imprecisão, no fim.

Porque nunca o esporte assistiu a uma corrida como esta. Nunca a prova que é a essência da velocidade reuniu homens tão velozes. Nunca, mesmo quando novatos, os três dividiram uma pista. E, difícil de aferir, mas fácil de sentir, nunca o atletismo esperou tanto a quebra do recorde mundial.

As razões para isso, Tyson Gay, Asafa Powell e Usain Bolt.

Que às 9h05 (de Brasília) começam a correr as semifinais dos 100 m. E que, salvo uma calamidade olímpica, se enfrentarão pelo ouro às 11h30.

Se os currículos dos duelistas conduzem à imprevisibilidade, os desempenhos dos três em 2008 são bem distintos. E foram resumidos nas baterias eliminatórias de ontem, primeiro dia de atividades do atletismo no Ninho de Pássaro.

Melhor atleta do ano, com direito a recorde mundial há pouco mais de dois meses, o jamaicano Bolt, 21 anos, caçula do trio, foi o mais rápido. Seu tempo nas quartas-de-final, 9s92, foi 0s20 acima da marca que obteve em Nova Iorque em 1º de junho e que surpreendeu o mundo. Aquela prova também marcou seu único duelo com Tyson Gay. Ponto para ele.

Na disputa olímpica, parece sobrar. "Corri os primeiros 50 metros. Então, olhei para os lados, ficou claro que estava garantido, e desacelerei.’’

Dois atletas de segundo time vieram logo depois: Churandy Martina, das Antilhas Holandesas, e Richard Thompson, de Trinidad e Tobago, com 9s99.

Bolt atingiu o recorde mais cobiçado do atletismo quase que por acaso. Ele nunca escondeu que prefere os 200 m. Mas, em 2007, o técnico Glen Mills decidiu que os 100 m poderiam auxiliar a preparação do pupilo para sua prova predileta. Na avaliação do treinador, Bolt possuía uma boa largada e sabia correr bem na curva. Precisava melhorar a aceleração.

O jamaicano debutou na distância em julho, já cravando um 10s03. "Realmente, não tenho segredo. Apenas corro.’’

Mesmo com o recorde, fez suspense sobre a participação nos 100 m. Só aceitou correr após vencer a seletiva jamaicana e obter aval do técnico. Em Pequim, é o único do "trio de ouro’’ que irá correr as duas provas. Se amealhar um duplo triunfo, será o nono velocista a atingir a façanha em Jogos Olímpicos. O último foi Carl Lewis, em Los Angeles-84.No classificatório nacional, Bolt triunfou sobre Powell, 25 anos, amigo de quem roubou o recorde dos 100 m. O compatriota deu o troco no mês seguinte, em prova em Estocolmo: 1 a 1.

Antes de disputar os holofotes com Bolt, porém, Powell protagonizava duelos com Gay. Foram quatro vitórias sobre o norte-americano em 2006. No ano seguinte, porém, foi a vez de o adversário surpreender. Contra todos os prognósticos, derrotou Powell no Mundial de Osaka-07. Neste ano, Powell faz temporada instável. Ontem, conquistou só a quarta marca: 10s02.

Gay, por sua vez, fez apenas o nono tempo das eliminatórias. Ele se recupera de lesão na coxa esquerda, mas afirma estar bem. "Estou relaxado e numa boa. Minha preocupação era só avançar à próxima etapa.’’

Na TV

Final dos 100 m rasos, às 11h30, no SporTV, ESPN Brasil e BandSports.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]